ONU Acusa Governo Maduro de Crimes Contra a Humanidade na Venezuela

Relatório revela a extensão da repressão política e a atuação violenta do regime

Manifestantes queimam banner durante protesto em Caracas, no dia 30 de julho de 2024, um dia após a eleição presidencial na Venezuela — Foto: Yuri Cortez/AFP

No dia 15 de outubro de 2024, a Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou um relatório contundente que acusa o governo de Nicolás Maduro de cometer crimes de lesa humanidade contra a população venezuelana. O documento, fruto de uma missão internacional, destaca graves violações dos direitos humanos, sobretudo em um contexto de repressão a manifestações e perseguições políticas.

A ONU aponta que essas atrocidades ocorreram especialmente antes, durante e após as eleições presidenciais de 28 de julho de 2024, que já foram marcadas por controvérsias quanto à sua legitimidade. “As violações, cometidas com intenção discriminatória, constituem o crime de lesão humanitária de perseguição por motivos políticos”, afirma o relatório.

Além das mortes de 25 indivíduos durante protestos, centenas de pessoas foram feridas e milhares presas simplesmente por exercitarem o direito à liberdade de expressão. O relatório menciona a atuação das forças de segurança do governo, que têm sido acusadas de execuções extrajudiciais, desaparecimentos forçados e tortura.

A líder da oposição, María Corina Machado, destacou que este relatório é crucial para o aumento do isolamento internacional do regime: “Hoje, damos mais um passo que nos aproxima da liberdade”, afirmou. O governo Maduro, por outro lado, não se manifestou sobre as graves acusações até a atualização do presente artigo.

Adicionalmente, o documento critica a falta de transparência do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) durante o processo eleitoral, enfatizando que não foram divulgadas atas das eleições, o que levanta mais questionamentos sobre a legitimidade do pleito. As demandas por maior transparência têm sido apoiadas pela comunidade internacional, incluindo países como Brasil e Estados Unidos, que não reconheceram os resultados que proclamaram Maduro reeleito.

Com os novos dados apresentados, o relatório da ONU revela um cenário alarmante de violação dos direitos humanos, que se intensificou nos últimos meses, manifestando-se não apenas contra opositores, mas contra cidadãos comuns que simplesmente expressaram sua insatisfação com o governo. A situação na Venezuela continua a ser motivo de preocupação e repúdio por parte da comunidade internacional.

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