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Assassinato em série é retratado sob uma nova perspectiva, mas o protagonismo masculino ainda prevalece!

Silhueta de uma mulher em fundo abstrato
Imagem apresenta a silhueta de uma mulher vista de perfil, com um fundo abstrato em tons de preto, vermelho e cinza. Fonte: Autor Desconhecido.

O filme **Maníaco do Parque**, que adapta a história do serial killer brasileiro Francisco de Assis Pereira, tem gerado intensos debates sobre a representação das vítimas e o foco na figura do assassino em série. Lançado recentemente no Prime Video, a produção aborda a narrativa das mulheres brutalmente atacadas, mas segundo críticos, ainda destaca o criminoso sob uma luz que glorifica sua figura.

Manuela Cantuária, em sua coluna na Folha, aponta que “JÁ vimos esse filme antes” e critica a maneira como as vítimas são retratadas: “A única função dramática dessas mulheres, no filme, é a de serem mortas”. No longa, os personagens femininos são reduzidos a meros objetos, e as histórias pessoais das vítimas são negligenciadas em favor do desenvolvimento do personagem principal, interpretado por Silvero Pereira.

Além da crítica ao filme, a produção reaviva a memória de um dos casos mais impactantes do Brasil, que ocorreu nos anos 90. O “Maníaco do Parque” se disfarçava de motoboy para atrair suas vítimas, presentemente abordadas de forma superficial na trama, conforme relata a matéria do site Istoé, que destaca que a cobertura da mídia na época foi intensa e perfurante.

“Esse tipo de filme perpetua o ciclo de aniquilação feminina”, argumenta Cantuária, que ressalta a falta de dignidade na representação das mulheres que sofreram nas mãos de Pereira. A recente produção cinematográfica foi idealizada para dar voz à jornalista Helena, uma personagem fictícia que busca investigar os crimes, mas que, segundo as críticas, acaba falando mais sobre o assassino do que sobre as vítimas que deveria representar.

Cenas do filme 'Maníaco do Parque'
Cenas do filme ‘Maníaco do Parque’. Fonte: Prime Video.

A produção oferece uma nova perspectiva, mas a questão central permanece: quem realmente conta a história? Com um futuro incerto para Francisco de Assis Pereira – que pode ser liberado condicionalmente em 2028 – a trama desafia a sociedade a refletir sobre segurança pública e a proteção à mulher no Brasil, além dos temas de justiça e reabilitação de criminosos. As vozes das vítimas ainda precisam ser ouvidas, e o filme é uma oportunidade para iniciar essa discussão.

Você já assistiu ao filme? O que achou da forma como retrata esse caso real? Deixe seu comentário e compartilhe sua opinião!

Referências

  • https://www1.folha.uol.com.br/colunas/manuela-cantuaria/2024/10/peca-publicitaria-filme-maniaco-do-parque-destaca-assassino-e-nao-as-vitimas.shtml
  • https://istoe.com.br/istoegeral/2024/10/21/o-maniaco-do-parque-conheca-a-historia-que-chocou-o-pais-retratada-pelo-novo-filme/
  • https://www.metropoles.com/entretenimento/televisao/maniaco-do-parque-a-jornalista-helena-existiu-na-vida-real

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