O legado do poeta que escolheu o próprio destino na Suíça!
Antonio Cicero. — Foto: Daryan Dornelles / Divulgação.
O poeta e filósofo Antonio Cicero, membro da Academia Brasileira de Letras, faleceu no dia 23 de outubro de 2024, aos 79 anos, em um procedimento de suicídio assistido na Suíça. Essa prática, legalizada no país europeu desde a década de 1940, levantou questões profundas sobre a dignidade da vida e a autonomia do ser humano frente ao sofrimento.
Em uma carta emocionante, antes de tomar a difícil decisão, Cicero expressou sua insuportável vivência com a doença de Alzheimer, afirmando: “Espero ter vivido com dignidade e espero morrer com dignidade”. Esta mensagem ressoa a busca por um final que, segundo ele, deve ser escolhido pelo próprio indivíduo, refletindo sobre a dimensão do sofrimento humano e o direito de escolher o próprio destino.
Segundo as definições, o suicídio assistido ocorre quando um médico fornece os meios para que o paciente possa acabar com a própria vida, mas este é quem administrará a substância letal. Diferente da eutanásia, onde a equipe médica administra a dose. No Brasil, tanto o suicídio assistido quanto a eutanásia são práticas ilegais.
A prática é controversa e, no Brasil, o Código Penal a considera crime, com pena de até dois anos de prisão para quem incitar ou ajudar alguém em suicídio. Contudo, em alguns países, como a Colômbia e a Suíça, o suicídio assistido é aceito sob regulamentações estritas, permitindo que pessoas que sofram de doenças terminais busquem uma morte digna, conforme suas convicções pessoais.
Cicero, nascido no Rio de Janeiro e uma figura icônica na literatura brasileira, deixou um legado de letras memoráveis, como as músicas “Fullgás” e “À francesa”, em parceria com sua irmã, Marina Lima. Sua trajetória no campo da filosofia e da escrita foi marcada por reflexões profundas sobre a existência e os direitos do ser humano.
Assim, o caso de Antonio Cicero não apenas serviu para discutir o suicídio assistido, mas também abriu um espaço para o diálogo acerca da dignidade humana e as complexidades do sofrimento na vida contemporânea. O poeta não apenas buscou uma saída para sua dor, mas também trouxe à tona uma questão significativa sobre a liberdade de escolha em momentos extremos.
Para muitos, a sua escolha será um ponto de partida para debates e reflexões mais amplas sobre a saúde mental e os direitos humanos. O que você pensa sobre o suicídio assistido e as questões de dignidade em relação à vida? Deixe seu comentário e compartilhe suas ideias!
Referências
- https://g1.globo.com/saude/noticia/2024/10/23/suicidio-entenda-procedimento-suica-antonio-cicero.ghtml
- https://www.nexojornal.com.br/expresso/2024/10/23/musicas-do-poeta-antonio-cicero
- https://www.correiobraziliense.com.br/diversao-e-arte/2024/10/6971042-antonio-cicero-deixou-carta-antes-de-eutanasia-a-vida-se-tornou-insuportavel.html