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Com foco no Sagrado Coração de Jesus, o Papa chama atenção para as “sucessivas guerras” que assolam o mundo.

Papa Francisco cumprimenta multidão na Praça de São Pedro, no Vaticano.
Fonte: Tiziana Fabi – 23.out.2024/AFP

Em uma nova encíclica, intitulada *Dilexit Nos* (Ele nos amou), o Papa Francisco reflete sobre a desumanização das sociedades contemporâneas, marcadas por “sucessivas novas guerras”. O texto, publicado no dia 24 de outubro de 2024, é um chamado à renovação da devoção e da fé entre os católicos, que se tornaram espectadores em um cenário de lutas e interesses que desumanizam.

“Assistindo a sucessivas novas guerras, com a cumplicidade, a tolerância ou a indiferença de outros países, ou com simples lutas de poder em torno de interesses de parte, podemos pensar que a sociedade mundial está perdendo o seu coração”, destacou o Papa em sua mensagem, sem citar conflitos ou países específicos.

A encíclica, que possui 220 parágrafos, é a quarta de Francisco e se afasta das tópicas sociais abordadas em suas obras anteriores, como *Laudato Si’* (2015), sobre a crise ambiental, e *Fratelli Tutti* (2020), que discute a fraternidade em meio à pandemia de COVID-19. A nova carta se concentra em perspectivas mais espirituais, embora mencione problemas atuais como consumismo e o uso anti-humano da tecnologia.

Bruno Forte, arcebispo e teólogo, ao comentar o texto, afirmou: “Neste tempo dramático que estamos vivendo, marcado pela tragédia da torturada Ucrânia, essa encíclica nos aparece como um desafio para olhar para cima, em busca de vias onde não basta simplesmente a lógica do mais forte.”

Outros trechos da mensagem ressaltam a importância do coração humano como o lugar onde decisões significativas são forjadas. “Só a partir do coração é que as nossas comunidades serão capazes de unir e pacificar os diferentes intelectos e vontades”, enfatiza Francisco.

O Papa também critica o uso prejudicial das redes sociais e da tecnologia, apontando que o “algoritmo que atua no mundo digital” mostra que a vida e as decisões das pessoas se tornaram previsíveis e manipulações. “O próprio sentido da dignidade depende das coisas que se podem obter com o poder do dinheiro”, conclui.

A encíclica é um apelo à reflexão, convidando os católicos a reavaliar suas crenças e práticas espirituais em tempos de conflitos e desafios modernos. Para encerrar, Francisco ressalta que a Igreja não deve “substituir o amor de Cristo por estruturas ultrapassadas”, pedindo coragem para enfrentar as injustiças do mundo.

Os leitores são incentivados a deixar seus comentários e compartilhar suas reflexões sobre a atualidade e a mensagem do Papa.

Referências

  • https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2024/10/mundo-ve-sucessivas-guerras-com-cumplicidade-diz-papa-em-nova-enciclica.shtml

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