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O debate sobre o impacto ambiental das mega-constelações de satélites ganha força!

Satélites Starlink vistos no céu da Dinamarca
Fonte: Denmarca-Space-Satellite-SpaceX

O crescente número de lançamentos de satélites da Starlink, iniciativa de Elon Musk, gerou sérias preocupações ambientais entre pesquisadores. Recentemente, mais de 100 especialistas na área do espaço assinaram uma carta endereçada à Comissão Federal de Comunicações (FCC) dos EUA, solicitando uma pausa nas autorizações para novos lançamentos até que uma revisão formal dos impactos ambientais possa ser realizada.

A empresa SpaceX, responsável pelo Starlink, recebeu permissão da FCC para lançar quase 12.000 satélites, um número que representa mais do que o dobro de todos os satélites não pertencentes à SpaceX que atualmente orbitam a Terra. Além disso, há propostas de lançamento de mais de 20.000 satélites a curto prazo. Essa corrida espacial, avaliada como uma “nova corrida espacial”, poderia somar um total de até 500.000 satélites em um futuro próximo, de acordo com especialistas.

Os pesquisadores argumentam que “devemos olhar antes de pular” e enfatizam que a emissão de gases e metais durante os lançamentos tem o potencial de causar danos à atmosfera. “Estamos em uma janela de tempo curta na qual podemos evitar a piora da poluição do espaço e da atmosfera, ao invés de passar décadas tentando limpar a bagunça”, alertou um dos signatários da carta.

Além disso, a falta de um sistema de cooperação adequado entre os reguladores nacionais e internacionais para monitorar e analisar o uso do espaço aéreo é uma preocupação destacada. Hoje, a FCC isenta a maioria dos projetos de telecomunicações, incluindo satélites, de avaliações ambientais formais, deixando um vazio regulatório que os pesquisadores acreditam ser crítico para a proteção do espaço e do nosso planeta.

A cada lançamento de satélites, as consequências para o meio ambiente e a possibilidade de detritos espaciais aumentam, levando os cientistas a utilizar cada vez mais técnicas complexas para corrigir as imagens astronômicas, que frequentemente ficam manchadas pelas trilhas deixadas pelos satélites.

Lançamento de foguetes SpaceX
Fonte: SpaceX

De acordo com um estudo de 2022, a reentrada de satélites antigos tem contribuído para um aumento significativo de alumínio na atmosfera, resultando em sérios efeitos na camada de ozônio. “O setor avançou mais rapidamente do que os reguladores podem agir e mais rápido do que o público realmente está ciente”, afirmou Lucas Gutterman, diretor de uma organização que participou da elaboração da carta.

À medida que o debate avança, os pesquisadores enfatizam a necessidade urgente de uma análise mais detalhada dos efeitos que as constelações de satélites podem ter não só no meio ambiente, mas também na observação astronômica e no equilíbrio natural do nosso planeta. Os comentários e compartilhamentos dos leitores sobre este tema são bem-vindos.

Referências

  • https://abcnews.go.com/US/musks-starlink-polluting-space-researchers-call-fcc-pause/story?id=115276437
  • https://www.latimes.com/science/story/2024-10-29/researchers-urge-caution-over-satellite-mega-constellations

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