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Como a herança da caça às bruxas moldou a cultura popular e a identidade de Salem até hoje!

A Casa dos Sete Telhados, em Salem
A Casa dos Sete Telhados, em Salem. Fonte: Lia Regina Abbud/Folhapress

Nos dias que antecedem o Halloween, a cidade americana de Salem, localizada a uma curta viagem de trem de Boston, se transforma em um destino vibrante e cheio de vida. Os habitantes e visitantes se vestem a caráter, refletindo a temática que remete à sua famosa história – a caça às bruxas que assombrou a região no final do século XVII.

De acordo com relatos históricos, em 1692, mais de 20 pessoas foram executadas sob a acusação de feitiçaria. “A maioria delas eram mulheres, vítimas de um pânico coletivo alimentado por comportamentos que eram tidos como sinais de bruxaria”, explica o jornalista Guilherme Genestreti em sua matéria para a Folha. Esse evento sombrio se tornou o ponto central de várias narrativas e simbolismo ao longo dos séculos.

As origens da histeria de Salem começaram quando meninas da comunidade apresentaram convulsões inexplicáveis. “Esses episódios levaram a uma série de acusações infundadas, resultando em prisões e uma série de julgamentos com claras injustiças”, detalha Genestreti. A história revela também que muitos dos acusados eram alvo de rivalidades locais ou de uma sociedade profundamente religiosa e conservadora.

Uma reflexão ao redor dos julgamentos das bruxas de Salem pode ser encontrada na obra de Rachel Christ-Doane, que afirma: “Os julgamentos de bruxas têm muito a nos ensinar sobre o comportamento humano e sobre como tratamos aqueles que são diferentes”. Essa ideia ecoa na maneira como bruxas são retratadas atualmente na cultura popular — de criaturas aterrorizantes a personagens simpáticas e até heroínas. Histórias como a de Samantha Stephens, da série “A Feiticeira”, transformaram a imagem da bruxa, que passou de vilã a figura carinhosa em diversos contextos.

O turismo em Salem hoje é um reflexo dessa dualidade; a cidade se ressente da dor de seu passado, mas também capitaliza sobre ela. Com museus, tours temáticos e casas mal-assombradas, Salem atrai visitantes todos os anos, especialmente durante o Halloween. No entanto, o crescimento dessa indústria cultural deve ser visto com uma lente crítica, pois muitas das histórias remanescentes às vezes obscurecem a gravidade dos eventos que realmente ocorreram.

O turismo macabro que floresceu em Salem é tão intenso que é complicado saber o que é genuíno em meio a lojas e atrações que vendem artesanato e lembranças inspiradas no horror. Apesar da atmosfera festiva, é crucial que se mantenha uma memória viva sobre o que aconteceu. O reconhecimento das vítimas e a construção de memoriais, como o que foi erguido em 2017, são passos significativos para honrar aqueles que sofreram injustamente.

Em suma, a herança de Salem se entrelaça com as tradições do Halloween, reforçando a importância de se lembrar do passado enquanto se abraça a evolução cultural que ele propôs. “É vital que sigamos discutindo esses eventos históricos e suas repercussões”, conclui Genestreti, incentivando uma reflexão mais profunda sobre o que significam as narrativas de bruxaria em nossa sociedade contemporânea.

Que as histórias de Salem sirvam como um alerta sobre a força do medo e do pânico em comunidades e sobre a importância de conhecermos nosso passado para evitar que a história se repita.

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Referências

  • https://www1.folha.uol.com.br/turismo/2024/10/conheca-a-historia-de-salem-a-cidade-das-bruxas-nos-eua-que-enche-no-halloween.shtml
  • https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/como-as-bruxas-se-popularizaram-na-cultura-popular
  • https://www.nationalgeographicbrasil.com/historia/2024/10/especial-halloween-veja-o-que-tornou-salem-famosa-como-a-cidade-das-bruxas

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