Suspensão da Impressão de Notas na Argentina: Impactos e Reações

Decisão de Milei gera polêmica entre trabalhadores e manifestações nas ruas!

Governo Milei falou que a Casa da Moeda seguirá produzindo passaportes e outros documentos (Juan Mabromata/AFP).

O presidente argentino, Javier Milei, determinou a suspensão da impressão de notas pela Casa da Moeda, uma decisão que vem gerando intensos protestos e reações dos sindicatos. Essa medida afeta diretamente cerca de 1.300 trabalhadores da estatal, que realiza essa atividade desde 1875. O sindicato dos trabalhadores criticou, afirmando que “o governo continua a atacar a nossa soberania econômica”, como reportado pelo El País.

A justificativa apresentada pela administração é que a emissão de notas de baixo valor não seria viável em termos de custo, devido à inflação alta que atinge a Argentina, que é de aproximadamente 300% ao ano. O Banco Central rescindiu contratos com a Casa da Moeda, alegando altos custos e atrasos na entrega das notas de maior valor, especificamente de 1.000 e 2.000 pesos, cujo valor real tem sido “devorado” pela inflação.

Em comunicação oficial, Manuel Adorni, porta-voz da Casa Rosada, declarou que o objetivo é “tornar a Casa da Moeda mais eficiente”, destacando a necessidade de uma intervenção de 180 dias na empresa devido a “graves deficiências infraestruturais e maquinário obsoleto”. Neste contexto, a produção de dinheiro estará a cargo de fornecedores internacionais, especialmente da China, com os novos lotes de notas de 10.000 e 20.000 pesos.

Além disso, a situação provocou uma série de manifestações em Buenos Aires. Funcionários públicos realizaram uma greve de 36 horas e marcharam do Obelisco até o Ministério de Desregulamentação e Transformação do Estado, exigindo melhores salários e reclamando das demissões e cortes promovidos pelo governo Milei. Um dos momentos mais tensos foi quando um grupo de manifestantes se confrontou com a polícia durante os protestos.

“Estamos em um ponto sem volta”, disse a Associação dos Trabalhadores do Estado em manifestação contra as políticas do governo. Isso reflete um crescente descontentamento com as mudanças propostas por Milei em um país que já enfrenta sérios desafios econômicos.

Enquanto a Casa da Moeda continuará a produzir passaportes e outros documentos, a interrupção da impressão de notas pode ter consequências significativas para a economia do país e a vida dos argentinos.

Para mais informações e análises sobre esta situação, os leitores são convidados a comentar suas opiniões e a compartilhar o artigo para aumentar a conscientização sobre as questões atuais enfrentadas na Argentina.