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O aumento de 9,95% no número de inscritos contrasta com falta de expansão no ensino superior público. O que pode mudar?

Estudante estressado em aula
Um homem com cabelo ralo, usando uma camiseta verde, está sentado em uma mesa de aula. Ele parece estressado enquanto escreve em um caderno. Fonte: Rafaela Araújo / Folhapress.

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2024 começa neste domingo (3) e registrou uma recuperação significativa no número de inscritos. Cerca de 4,32 milhões de estudantes se inscreveram, o que representa um aumento de 9,95% em relação ao ano anterior, segundo informações do Ministério da Educação (MEC). Este número é quase um milhão a mais do que em 2021, quando houve uma queda drástica de participação no exame, considerada a menor da história.

No entanto, essa retomada na participação dos jovens apresenta um contraste crucial: o ensino superior público no Brasil continua em estagnação. Desde 2013, o país tem cerca de 2 milhões de matrículas nas universidades e faculdades públicas, sem uma política efetiva para ampliar essa oferta. Além disso, a falta de vagas atinge um nível preocupante, já que as instituições privadas concentram a maior parte das matrículas, >80% (dados atuais).

De acordo com Salomão Ximenes, professor de direito e políticas educacionais, “a retomada do número de inscrições no Enem é positiva e indica que os jovens voltaram a ter esperança de continuar os estudos. Mas esse movimento acontece sem políticas que garantam o acesso ao ensino superior, especialmente na rede pública”.

O MEC anunciou um novo programa para aumentar as vagas e matrículas, mas a falta de orçamento é um obstáculo: “dezenas de universidades federais acumulam obras paradas e projetos abandonados devido à queda de investimento nos últimos anos”.

Com o Programa Universidade para Todos (Prouni) e o FIES (Financiamento Estudantil) apresentando um histórico de redução no número de alunos beneficiados, os especialistas pedem por estratégias eficazes para expandir o acesso e garantir que os estudantes possam se manter na universidade. As políticas de permanência estudantil, conectadas ao auxílio alimentação e outros serviços, precisam ser ampliadas e estruturadas adequadamente.

Para encerrar, fica claro que, enquanto a inscrição no Enem reflete uma busca pela educação, a falta de vagas nas universidades públicas ameaça o futuro de muitos estudantes. É essencial que novas políticas sejam implementadas para garantir não apenas a entrada no ensino superior, mas também as condições para a conclusão dos cursos. O engajamento da sociedade nesse debate é fundamental. O que você pensa sobre essa situação? Deixe um comentário!

Referências

  • https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2024/11/enem-retoma-numero-de-inscritos-mas-pais-vive-estagnacao-de-vagas-no-ensino-superior-publico.shtml

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