O que esperar da taxa de juros após a reunião do Comitê de Política Monetária?
Na reunião de setembro, a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) foi de retomar o ciclo de alta com elevação de 0,25 ponto. — Foto: Ueslei Marcelino/Reuters
O cenário econômico brasileiro enfrenta desafios significativos à medida que o Comitê de Política Monetária (Copom) se prepara para anunciar sua nova decisão sobre a taxa Selic. Na reunião de amanhã, a expectativa é de que a taxa, atualmente em 10,75%, seja elevada em até 0,5 ponto percentual, conforme apontam as análises de economistas e especialistas do mercado.
Segundo um relatório da Warren Investimentos, “cabe assinalar que, desde a última reunião, diversos fatores evoluíram desfavoravelmente”. Os economistas destacam a depreciação do real, que alcançou R$ 5,87, as expectativas de inflação que se desancoraram e a manutenção de preços elevados, próximos ao teto de 4,5% estabelecido pelo Banco Central. A pressão inflacionária está diretamente relacionada a um mercado de trabalho aquecido, que tende a sustentar o consumo.
O aumento do risco fiscal também preocupa os analistas. Para Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research, “o risco fiscal impacta as expectativas, o prêmio de risco do país, a taxa de câmbio e tem efeitos indiretos sobre a inflação”. Essas condições adversas poderiam levar o cenário a uma situação de instabilidade se o governo não tomar medidas mais rigorosas em relação ao controle fiscal.
Até o momento, o governo não tem fornecido muitas informações sobre as propostas de ajuste fiscal que prometeu anunciar após as eleições municipais. De acordo com Fernando Haddad, ministro da Fazenda, “os detalhes do pacote dependem do aval do presidente Lula”. A falta de clareza tem gerado apreensão entre os investidores, que veem sua confiança no mercado abalada.
Além disso, o Índice Geral de Preços – Disponibilidade (IGP-DI) de outubro, que será divulgado logo pela manhã, poderá acrescentar mais dados relevantes ao cenário. Com os preços em alta e as incertezas políticas assolando o planejamento econômico, o Copom deve modernizar sua abordagem de política monetária nesta reunião.
Ao final deste ciclo, as expectativas do mercado indicam que a Selic só deverá voltar a cair no final de 2025. A continuidade do ciclo de alta dependerá da evolução do cenário econômico e da resposta das autoridades competentes às demandas por uma política fiscal mais robusta.
O que resta agora é aguardar a divulgação da decisão do Copom e observar como o mercado irá reagir a essa mudança. Os leitores estão convidados a comentar e discutir suas expectativas sobre a nova postura do Banco Central!
Referências
- Página 1, CNN Brasil
- Página 2, Valor Econômico