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O que esperar da decisão do Copom e suas consequências financeiras?

Banco Central deve subir os juros pela segunda vez consecutiva nesta semana.
Banco Central deve subir os juros pela segunda vez consecutiva nesta semana. — Foto: Raphael Ribeiro/BCB

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil se reúne nesta quarta-feira (6) para uma importante decisão: a expectativa é de um aumento da taxa Selic, que pode passar de 10,75% para 11,25% ao ano. Esse seria o segundo aumento consecutivo e a maior alta desde maio de 2022.

Esse movimento acontece em um contexto desafiador, onde a alta do dólar, que acumulou 19,2% em 2024 e está cotado a R$ 5,78, gera pressão sobre a inflação. “As incertezas fiscais internas e as eleições nos Estados Unidos influenciam diretamente a cotação do dólar”, ressalta o economista Alexandro Martello. Espera-se que a vitória de Donald Trump nas eleições americanas aumente ainda mais as pressões sobre a moeda brasileira, favorecendo políticas protecionistas que podem restringir a entrada de divisas no Brasil.

Além disso, o Copom deve considerar o aumento dos gastos públicos como fator exacerbador da inflação, aliado a um cenário de mercado de trabalho aquecido. O Itaú, em comunicado, afirmou que “as autoridades devem julgar apropriado este aumento do ritmo [de alta do juro] em um cenário desafiador”.

Com a Selic em elevação, os investimentos em renda fixa, como CDBs e Tesouro Direto, tendem a se tornar mais atrativos. Por exemplo, uma aplicação de R$ 1 milhão em um CDB a 100% do CDI renderia aproximadamente R$ 1.234.396,19 brutos após dois anos, enquanto uma aplicação na poupança renderia apenas R$ 1.144.841,38 no mesmo período.

Cenários alternativos de investimento também estarão sob análise, já que com a Selic a 11,25%, o CDI pode girar ao redor de 11,15%. “Com juros altos, as opções de renda fixa se tornam menos arriscadas e, portanto, mais apelativas”, sugere a analista da InfoMoney.

A decisão do Copom será acompanhada de perto por setores de economia e finanças, já que a uniformidade desse aumento pode reconfigurar o cenário para diversos investidores, financeiras e para a economia como um todo.

A expectativa é que a alta dos juros impacte negativamente o consumo e leve a um desaceleramento da economia, mas ao mesmo tempo pode ser vista como necessária para o controle da inflação, que já mostra sinais de supera a meta estabelecida em 3% para 2024, segundo estimativas do mercado.

Os leitores são encorajados a comentar suas opiniões sobre o assunto e as possíveis estratégias de investimento a serem adotadas em tempos de juros elevados.

Referências

  • https://g1.globo.com/economia/noticia/2024/11/06/com-disparada-do-dolar-e-duvidas-sobre-contas-publicas-bc-deve-acelerar-ritmo-de-alta-e-subir-juro-para-1125percent-ao-ano-preve-mercado.ghtml
  • https://www.infomoney.com.br/onde-investir/quanto-r-1-milhao-passa-a-render-a-100-do-cdi-apos-possivel-alta-da-selic-2/
  • https://www.suno.com.br/noticias/selic-copom-05112024-gss/

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