O retorno ao poder do republicano traz desafios econômicos e jurídicos sem precedentes
Donald Trump ao lado da esposa, Melania, em discurso nesta quarta (6) — Foto: REUTERS/Brian Snyder
A eleição de Donald Trump como 47º presidente dos Estados Unidos, ocorrida na manhã de 6 de novembro de 2024, gerou reações diversas tanto na política interna quanto no cenário econômico global. Após derrotar Kamala Harris, Trump retorna à Casa Branca em meio a um contexto repleto de desafios jurídicos e econômicos.
A Constituição dos EUA estabelece que “nenhuma pessoa pode ser eleita para o ofício de Presidente mais do que duas vezes”, conforme a Vigésima Segunda Emenda, ratificada em 1951. Essa cláusula impossibilita que Trump busque um terceiro mandato, mesmo com sua intenção de revogar essa emenda, algo que demandaria o apoio de dois terços do Congresso, uma tarefa complexa dada a atual composição política.
Além dos desafios constitucionais, Trump enfrenta uma série de processos civis e criminais. Ele foi condenado em um caso de falsificação de documentos e está aguardando sentença por um suborno em Nova York, que pode levar a uma pena de até quatro anos de prisão, embora muitos especialistas considerem improvável que isso ocorra. De acordo com o autor Wanderley Preite Sobrinho, “Trump voltará para a Casa Branca como um criminoso condenado, aguardando sentença” — uma situação sem precedentes para um presidente eleito nos EUA.
No âmbito econômico, a vitória de Trump refletiu-se nas oscilações do mercado financeiro. O real brasileiro se destacou dentre as moedas emergentes, com investidores buscando proteção e rentabilidade em meio à volatilidade promovida pela vitória do republicano. Segundo Murilo Melo, do InfoMoney, “o real se comportou de maneira positiva, destacando-se entre divisas emergentes”. Isso se deve, em grande parte, ao diferencial de juros entre o Brasil e os Estados Unidos, que atraiu investidores interessados em ativos brasileiros mais rentáveis.
O futuro próximo exigirá vigilância, tanto em termos jurídicos, à medida que os processos de Trump avançam, quanto econômicos, à medida que o cenário global se adapta às políticas que possam vir a ser implementadas pela nova administração. O novo presidente e sua equipe terão a responsabilidade de administrar não apenas os assuntos internos dos EUA, mas também as repercussões que suas decisões causarão no cenário internacional.
Trump agora precisa não só lidar com suas ambições presidenciais, mas também enfrentar um labirinto de litígios que podem afetar seu governo e a percepção pública sobre sua administração.
Encerramos este artigo convidando os leitores a compartilharem suas opiniões e a debaterem o impacto das eleições e dos processos legais de Trump nos comentários abaixo.
Referências
- https://g1.globo.com/mundo/eleicoes-nos-eua/2024/noticia/2024/11/06/por-que-donald-trump-nao-pode-ter-um-terceiro-mandato.ghtml
- https://www.infomoney.com.br/mercados/por-que-o-investidor-gringo-poupou-o-real-na-sessao-pos-eleicao-de-trump/
- https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2024/11/06/eleicoes-americanas-trump-processos-civis-criminais.htm