Morre Ibrahim Eris, um dos pais do Plano Collor

Economista e ex-presidente do Banco Central faleceu aos 80 anos

Descrição: Um homem de cabelo grisalho e óculos, vestido com um paletó marrom, está falando em um microfone durante uma conferência. Ele parece estar explicando algo com gestos das mãos. Ao fundo, há um homem com um terno claro sentado à esquerda. A mesa à sua frente tem copos de água e garrafas. Fonte: Caio Guatelli/Folha.

O Brasil se despediu de Ibrahim Eris, um dos principais responsáveis pelo Plano Collor, que buscou estabilizar a economia brasileira no início da década de 1990. O economista faleceu nesta sexta-feira (8 de novembro de 2024), aos 80 anos. A informação foi confirmada pelo Banco Central, onde Eris presidiu entre março de 1990 e maio de 1991.

Nascido na Turquia em 1944, Ibrahim Eris imigrou para o Brasil em 1973. Antes de sua atuação no governo, foi professor na Universidade de São Paulo (USP) e vice-presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Sua passagem pelo Banco Central foi marcada pela implementação do polêmico confisco da poupança durante o Plano Collor, que visava controlar a hiperinflação que assolava o Brasil.

Eris foi criticado, na época, por minimizar o impacto do plano sobre a população. Ele declarava que apenas 10% dos brasileiros haviam sido severamente afetados, uma afirmação que contrastava com as imagens de indivíduos desesperados nas agências bancárias.

Em nota, o Banco Central lamentou sua morte, destacando que “Eris não mediu esforços no trabalho de assegurar para a sociedade brasileira uma economia estável e com inflação controlada”. Sua presença marcante no cenário econômico brasileiro garante que seu legado será lembrado, tanto por suas contribuições quanto por suas controvérsias.

Descrição: Ibrahim Eris durante seminário sobre os impactos da crise econômica no país, realizado em 2011. Fonte: Claudio Belli/Valor.

O economista deixa um legado de debates sobre política econômica e estratégias para controlar a inflação, tendo se mostrado crítico de algumas decisões econômicas tomadas após sua gestão. Sua trajetória é uma parte importante da história econômica do Brasil.

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