Crime brutal expõe os riscos enfrentados pelos delatores da facção criminosa
Veja o que se sabe sobre dinâmica do atentado — Foto: Arte/ g1
No final da tarde de sexta-feira (8), o empresário Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, de 38 anos, que se tornou um delator do Primeiro Comando da Capital (PCC), foi assassinado a tiros no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. O crime, que ocorreu no Terminal 2, levantou preocupação sobre a segurança de delatores contra facções criminosas.
De acordo com informações da Polícia Civil, Gritzbach foi surpreendido por disparos de fuzil que partiram de um carro preto estacionado em frente ao terminal de ônibus. Ele foi atingido em áreas vitais, incluindo cabeca e abdômen, e não resistiu aos ferimentos, apesar dos esforços emergenciais dos bombeiros. O tiroteio deixou ainda três feridos: uma técnica de aeroporto e dois acompanhantes, que foram levados ao Hospital Geral de Guarulhos.
As circunstâncias que cercam o assassinato de Gritzbach são sinistras. Segundo relatos, ele já havia sido alvo de planos de ataque anterior por parte da facção, tornando sua segurança uma preocupação constante. “Era uma relação de cliente (com o Anselmo). Não desconhecia esse apelido (Cara Preta). Ele era uma pessoa do bem”, garantiu o empresário em entrevista anterior, referindo-se a outras acusações de ligação com o crime.
O empresário havia prestado depoimentos ao Ministério Público nos últimos meses em conexão a atividades criminosas, incluindo a lavagem de dinheiro de mais de R$ 30 milhões ligados ao tráfico. Sua delação incluiu nomes de policiais e membros do PCC, provocando um aumento nas ameaças em sua direção.
Local do atentado no Aeroporto de Guarulhos — Foto: Arte/ g1
Após o ataque, um veículo suspeito foi encontrado em uma comunidade adjacente, contendo munições e um colete a prova de balas. A polícia está aprofundando as investigações, considerando os indícios de um acerto de contas e a possibilidade de conivência entre os policiais que realizavam a escolta do empresário.
Os quatro policiais que faziam a segurança de Gritzbach foram questionados e tiveram seus celulares apreendidos. Alegou-se que eles não estavam cumprindo a função adequadamente, o que levanta questões sobre a eficácia da proteção proporcionada a um delator tão visado.
Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, que foi executado no Aeroporto Internacional de SP. — Foto: Reprodução
As investigações seguem em andamento, e o caso destaca os riscos associados à colaboração com a justiça em meio às tensões com organizações criminosas. A execução de Gritzbach é um alerta sobre a luta entre facções criminosas e a necessidade urgente de estratégias de segurança eficazes para proteger aqueles que denunciam crimes.
Como a situação se desenrolará para os responsáveis e para as vítimas colaterais deste crime violento? Os próximos dias podem trazer mais detalhes sobre as investigações e a possibilidade de novas medidas de segurança nos aeroportos e áreas metropolitanas.
Os leitores são convidados a compartilhar suas opiniões sobre este trágico acontecimento e a refletir sobre a luta contra a violência e a corrupção em nossa sociedade. Comentários e compartilhamentos são bem-vindos.
Referências
- https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2024/11/09/veja-cronologia-da-execucao-de-empresario-no-aeroporto-internacional-de-sp-vitima-estava-jurada-de-morte-pelo-pcc.ghtml
- https://veja.abril.com.br/brasil/em-entrevista-empresario-morto-em-guarulhos-cita-plano-para-mata-lo/
- https://noticias.uol.com.br/colunas/josmar-jozino/2024/11/09/policia-apreende-celulares-de-pms-da-escolta-do-empresario-gritzbach.htm