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Diplomatas brasileiros estão preocupados com a postura de Milei no encontro das principais economias do mundo

Chegada do Presidente da Argentina, Javier Milei
Foto: Jorge William/G20

O Brasil entrou em um momento crítico na presidência do G20, que está acontecendo no Rio de Janeiro. A cúpula reúne as principais economias do mundo e, nesta fase, o país lança a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. Contudo, este esforço encontrou resistência, especialmente devido a nova postura da Argentina sob o governo do presidente Javier Milei.

“Diplomatas brasileiros temem que o presidente da Argentina, Javier Milei, aja como enviado especial do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump”, relatou o comentarista Valdo Cruz do G1, destacando a preocupação sobre como isso pode complicar as negociações para a cúpula. Existe um temor de que Milei possa minar a proposta de taxar grandes fortunas globalmente, que o Brasil considera fundamental para financiar sua iniciativa de combate à fome.

A ideia do governo brasileiro de estabelecer um tributo internacional sobre grandes fortunas de 2% poderia gerar, anualmente, cerca de US$ 250 bilhões, conforme estimativa do economista francês Gabriel Zucman. “No entanto, a proposta enfrenta ceticismo, especialmente da nova administração dos EUA, que tende a adotar uma linha oposta, defendendo a redução de impostos para os mais ricos”, continua a matéria.

Ademais, o Brasil se mantém firme em suas posições sobre igualdade de gênero e taxação de “super-ricos”. A Argentina, sob Milei, já rejeitou diversas alegações que abordam essas questões, assim como outros assuntos que envolvem o combate à desinformação e discurso de ódio no ambiente digital, conforme reportagem da Folha. Em um contexto mais amplo, essa postura contradiz a necessidade de uma abordagem unificada em tópicos cruciais que afetam o futuro do planeta.

Com o G20 iniciado e sem uma abordagem clara entre Brasil e Argentina, analistas esperam que Javier Milei não se alie às propostas do governo brasileiro que buscam reforçar a inclusão social e o desenvolvimento sustentável durante a cúpula. “As diferenças entre Lula e Milei não devem estremecer a relação entre os países, mas a proximidade e colaborações práticas ficam questionáveis em vista de seus ideais antagônicos”, apontou Carinne Souza da Gazeta do Povo.

A Cúpula do G20 representa uma plataforma vital para a diplomacia, mas os desafios que surgem com a resistência da Argentina podem impactar significativamente o desenvolvimento dos compromissos globais estabelecidos.

O leitor é convidado a compartilhar suas opiniões sobre esta temática e discutir a importância da ação conjunta dos governos para enfrentar os desafios globais contemporâneos. O que você pensa sobre o impacto da política interna argentina nas relações diplomáticas com o Brasil?

Referências

  • https://g1.globo.com/politica/blog/valdo-cruz/post/2024/11/18/brasil-teme-que-javier-milei-aja-como-enviado-especial-de-donald-trump-no-g20.ghtml
  • https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2024/11/brasil-nao-cede-a-argentina-e-mantem-genero-e-taxacao-de-super-ricos-em-texto-do-g20.shtml
  • https://www.gazetadopovo.com.br/republica/milei-x-lula-g20-promete-confronto-de-visoes-que-testara-pragmatismo-entre-brasil-e-argentina/

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