Como a tecnologia está revelando novos antibióticos para combater infecções letais!
Cientistas usam IA para descobrir novos antibióticos que superem a resistência antimicrobiana — Foto: Freepik.
A resistência antimicrobiana (RAM) é um sério problema de saúde pública, que vem transformando infecções comuns em ameaças letais. Embora a utilização excessiva de antibióticos seja uma das principais causas desse fenômeno, um novo estudo destaca que a inteligência artificial (IA) está emergindo como uma ferramenta poderosa para identificar novos agentes antimicrobianos.
Luis Pedro Coelho, biólogo computacional da Universidade de Tecnologia de Queensland, na Austrália, liderou um estudo publicado na revista *Cell*, que revelou um banco de dados com quase um milhão de potenciais compostos antibióticos. Segundo Coelho, “a resistência aos antibióticos ainda está longe de ser resolvida, mas houve muitos avanços na melhor compreensão e na descoberta de novos antibióticos que superem a resistência antimicrobiana”.
Graças à aplicação de machine learning, os pesquisadores puderam analisar bilhões de sequências proteicas, identificando 863.498 novos peptídeos antimicrobianos. Mais de 90% desses compostos nunca antes haviam sido descritos na ciência. A pesquisa revelou que 79 peptídeos conseguiram romper as membranas de bactérias resistentes, como *Escherichia coli* e *Staphylococcus aureus*, comuns em infecções hospitalares.
Além disso, testes em camundongos infectados mostraram que três dos peptídeos demonstraram eficácia em organismos vivos. Contudo, Seyed Majed Modaresi do MIT pondera que a eficácia pode ser limitada, embora os resultados sejam promissores. Ele ressaltou que esses novos peptídeos podem representar uma alternativa com menos efeitos colaterais que os antibióticos tradicionais.
“Os peptídeos podem ser uma alternativa muito melhor diante dos graves efeitos colaterais associados a antibióticos mais agressivos”, disse Modaresi, reforçando que a IA acelerou o processo de descoberta de novos antibióticos.
Os resultados alcançados pelos cientistas disponíveis ao público podem facilitar que outros pesquisem e desenvolvam tratamentos mais específicos, minimizando também os efeitos negativos sobre a microbiota intestinal, fundamentais para a saúde humana. Com a perspectiva de criar antibióticos contra os quais as bactérias não desenvolvam resistência, a luta contra a resistência antimicrobiana está mais viva do que nunca.
No entanto, apesar do otimismo gerado pela descoberta, os especialistas alertam que o grande desafio será criar agentes antibióticos que sejam viáveis comercialmente. Sebastian Hiller, biólogo da Universidade de Basel, reforçou que “nossas capacidades científicas para combater superbactérias são enormes.”
Este avanço marca um novo capítulo na pesquisa sobre antibióticos e propõe um futuro onde a combinação de ciência e tecnologia pode salvar milhões de vidas.
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Referências
- https://g1.globo.com/saude/noticia/2024/11/22/inteligencia-artificial-a-nova-arma-na-luta-contra-a-resistencia-a-antibioticos.ghtml
- https://www.msn.com/pt-br/noticias/ciencia/intelig%C3%AAncia-artificial-a-nova-arma-na-luta-contra-a-resist%C3%AAncia-a-antibióticos/ar-AA1uzEQy
- https://www.blogdotoninho.com.br/ia-ajuda-na-descoberta-de-novos-antibioticos-para-combater-resistencia-microbiana/
