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O que significa o uso de mísseis MIRV no novo cenário militar europeu?

Presidente da Rússia, Vladimir Putin.
Presidente da Rússia, Vladimir Putin. Fonte: REUTERS

A recente utilização de um míssil balístico com capacidade nuclear pela Rússia marca um novo e preocupante capítulo na guerra da Ucrânia. Na quinta-feira, 22 de novembro de 2024, o presidente Vladimir Putin defendeu o uso de um míssil balístico com múltiplas ogivas em operações, um movimento que representa um afastamento significativo da doutrina de dissuasão da Guerra Fria. Essa mudança levanta preocupações sobre a escalada do conflito com o Ocidente e os impactos na segurança internacional.

Hans Kristensen, diretor do Projeto de Informação Nuclear da Federação de Cientistas Americanos, afirmou que “de acordo com meu conhecimento, sim, é a primeira vez que o MIRV é usado em combate.” Mísseis MIRV (múltiplos veículos de reentrada com alvos independentes) nunca foram utilizados para atacar inimigos e sua utilização atual é um sinal alarmante no cenário militar contemporâneo.

A abordagem tradicional de dissuasão nuclear, conhecida como “destruição mútua assegurada” (MAD), é baseada na lógica de que, mesmo se um lado lançar um ataque nuclear, o oponente ainda terá capacidade suficiente para desferir uma retaliação devastadora. Contudo, a introdução dos mísseis MIRV pode criar um novo condicionante, onde o risco de um primeiro ataque torna-se mais plausível.

Os mísseis balísticos, especialmente os MIRVs, têm potencial tanto para serem armas de primeiro ataque quanto para serem alvos principais em um conflito. Isso resulta em um cenário em que “use-os ou perca-os” se torna uma realidade, incentivando decisões precipitadas em uma crise. A capacidade dos MIRVs de atingir múltiplos alvos a partir de uma única plataforma torna sua defesa extremamente desafiadora, algo notado nas recentes filmagens do ataque que mostraram ogivas caindo em diferentes ângulos sobre o alvo na Ucrânia.

Embora as ogivas utilizadas não fossem nucleares, seu emprego em operações de combate convencionais levanta novas incertezas em um ambiente global já tenso. Analistas temem que tal avanço na tecnologia militar possa instigar um novo tipo de corrida armamentista entre nações nucleares, o que tornaria o mundo mais instável e perigoso.

Mitigar a escalada de tensões e promover diálogos entre os países envolvidos torna-se essencial para evitar que essa nova fase do conflito aumente as inseguranças globais. Com isso, surgem questões urgentes: seria este o fim da dissuasão como a conhecemos? O que isso significa para a segurança de toda a Europa?

Para acompanhar as novidades e análises sobre esta situação complexa, é fundamental seguir as atualizações nas notícias e contribuir para o diálogo sobre o futuro da segurança nuclear mundial.

Referências

  • https://www.cnnbrasil.com.br/noticias/analise-russia-se-afasta-de-doutrina-de-dissuasao-nuclear-da-guerra-fria/

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