Presidente eleito dos EUA impõe riscos ao bloco de países emergentes em meio a uma nova agenda econômica
Trump durante evento de campanha na Carolina do Norte em 4 de novembro de 2024 — Foto: Reuters/Jonathan Drake/File Photo
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou que os países membros do Brics, formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, enfrentarão tarifas de 100% sobre suas exportações se optarem por criar uma moeda alternativa ao dólar. A advertência foi feita em um post nas redes sociais, onde Trump deixou claro que “exigimos que esses países se comprometam a não criar uma nova moeda do Brics, nem apoiar qualquer outra moeda que substitua o poderoso dólar americano”. Ele acrescentou: “qualquer país que tentar deve dizer adeus aos Estados Unidos”.
Desde Janeiro, o Brics se expandiu, incluindo novos países como Irã, Arábia Saudita, Egito, Etiópia e Emirados Árabes Unidos. A recente postura de Trump representa um desafio significativo à nova agenda do Brasil, que espera assumir a liderança do grupo em 2025, promovendo discussões sobre pagamentos e transações financeiras em moedas locais, reduzindo assim a dependência do dólar. Em uma reunião de cúpula em Kazan, na Rússia, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva já havia manifestado o desejo de avançar com a criação de alternativas ao uso do dólar.
A mensagem de Trump pode complicar as intenções do Brasil, que busca um espaço de diálogo e cooperação entre os países emergentes e as potências tradicionais. A atual administração brasileira considera que a elaboração de um mecanismo de compensação para pagamentos em moedas locais é “uma das prioridades” para reduzir a vulnerabilidade econômica frente às imposições americanas.
Em uma reunião recente com o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, Trump também abordou outros temas relevantes, como comércio e imigração, prometendo um diálogo “muito produtivo”. No que diz respeito ao papel do dólar no comércio global, a moeda americana ainda detém 58% das reservas globais, embora sua influência tenha diminuído nas últimas décadas. No entanto, a resistência ao dólar por parte de economias emergentes e a proposta de uma moeda alternativa estão atreladas a uma dinâmica geopolítica complexa, que Trump claramente não ignora.
A situação atual gera um intenso debate sobre as futuras relações comerciais e a estabilidade econômica global. Com a presidência do Brics prestes a ser assumida pelo Brasil, muitos observadores se perguntam como o governo Lula irá responder às ameaças de Trump e quais estratégias estarão em pauta para não apenas defender a agenda nacional, mas também assegurar um papel proeminente do país no cenário internacional.
As opiniões estão divididas, e a expectativa é alta. O leitor é convidado a deixar seus comentários e compartilhar este artigo para que mais pessoas estejam informadas sobre o complexo jogo político que se desenrola.
Referências
- https://g1.globo.com/mundo/noticia/2024/11/30/trump-ameaca-brics-com-tarifas-de-100percent-se-tentarem-acabar-com-dominio-do-dolar.ghtml
- https://noticias.uol.com.br/colunas/jamil-chade/2024/11/30/trump-faz-ameaca-a-agenda-de-lula-no-brics.htm