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Três ex-policiais foram sentenciados após a morte de Genivaldo em uma abordagem violenta em Sergipe.

Genivaldo é morto por policiais rodoviários federais que transformaram viatura em câmara de gás.
Genivaldo é morto por policiais rodoviários federais que transformaram viatura em câmara de gás. Fonte: Reprodução

No último sábado (7), a Justiça condenou três ex-policiais rodoviários federais pela morte de Genivaldo de Jesus Santos, um homem de 38 anos que foi brutalmente asfixiado em uma viatura, transformada em uma “câmara de gás” na cidade de Umbaúba, Sergipe. As condenações, que variam de 23 a 28 anos de prisão, são resultado de um caso que ganhou repercussão mundial e levantou questões sobre a brutalidade policial no Brasil.

Genivaldo, que sofria de esquizofrenia, foi abordado em maio de 2022 por não utilizar capacete enquanto pilotava sua motocicleta. Durante a abordagem, ele foi trancado no porta-malas da viatura policial, onde ficou por mais de 11 minutos em meio a gases tóxicos. “O laudo pericial constatou que a combinação de gás lacrimogêneo, spray de pimenta e a situação desesperadora resultaram em colapso respiratório,” dizem os especialistas.

Os ex-policiais William Noia e Kleber Freitas foram condenados a 23 anos e 1 mês de prisão, enquanto Paulo Rodolpho Lima Nascimento, que acionou a granada de gás dentro da viatura, recebeu 28 anos de sentença. O julgamento foi longo e detalhado, com a participação de 28 testemunhas e demonstrando o impacto do caso na sociedade e sobre a atuação das forças de segurança.

Laura de Jesus Santos, irmã de Genivaldo, expressou um sentimento ambíguo em relação ao veredicto: “Foi um resultado satisfatório, embora a gente não fique feliz com a desgraça de ninguém. Acalma, mas felicidade não traz.” Essas palavras refletem a dor e a luta da família diante de uma tragédia que poderia ter sido evitada.

A violência policial não é um fenômeno isolado, e a sensação de impunidade se perpetua quando casos similares não são devidamente julgados. É fundamental que o estado brasileiro reverta esta realidade e que as condenações sirvam como um marco para a mudança nas práticas policiais e na abordagem sobre direitos humanos.

Para que essa mudança seja significativa, a sociedade deve exigir maior responsabilidade das autoridades e maior transparência nas ações das forças de segurança. Encorajamos os leitores a compartilharem suas opiniões e experiências sobre o tema, contribuindo para a formação de um debate social necessário.

Referências

  • https://noticias.uol.com.br/colunas/leonardo-sakamoto/2024/12/07/prfs-da-camara-de-gas-sentiam-se-deuses-como-pm-que-jogou-rapaz-da-ponte.htm
  • https://g1.globo.com/se/sergipe/noticia/2024/12/07/acalma-mas-felicidade-nao-traz-diz-irma-de-genivaldo-apos-condenacao-de-ex-prfs.ghtml

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