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Entenda como o BC interveio para conter a disparada da moeda e suas implicações

Cédulas de dólar
Cédulas de dólar — Foto: bearfotos/Freepik

Na última quinta-feira, dia 19 de dezembro de 2024, o dólar comercial voltou a chamar a atenção do mercado ao atingir a marca de R$ 6,30, um recorde histórico. No entanto, a moeda americana logo passou a operar em queda após duas intervenções do Banco Central do Brasil (BC) com leilões que totalizaram US$ 8 bilhões.

De acordo com informações, após a alta significativa de 2,82% no dia anterior, que fez o dólar encerrar cotado a R$ 6,26, a primeira intervenção do BC ocorreu por volta das 9h30, quando foram vendidos US$ 3 bilhões. Esta ação inicial não foi suficiente para controlar o deslizamento do real, levando a instituição a anunciar um segundo leilão, diretamente às 10h35, com mais US$ 5 bilhões. Como resultado, por volta do meio-dia, o dólar se estabilizou abaixo da barreira dos R$ 6,20.

O presidente do BC, Roberto Campos Neto, comentou sobre a situação, afirmando que a alta expressiva do dólar foi motivada por uma “saída extraordinária de recursos do país” no final do ano. O foco do mercado permanece nas discussões em torno do pacote fiscal que busca equilibrar as contas públicas, com a expectativa de aprovações de novas medidas que visam cortar gastos e conter a pressão inflacionária.

Além disso, os investidores estão atentos ao contexto fiscal, uma vez que o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC alertou sobre a possibilidade de descumprimento da meta de inflação mais uma vez em 2024. A meta estabelecida era de 3%, podendo oscilar entre 1,50% e 4,50%.

As cotações dos mercados também refletiram essas movimentações. Às 11h20, o dólar caía 1,28%, sendo cotado a R$ 6,1874. Em contrapartida, o índice Ibovespa registrava uma leve alta de 0,28%, marcando 121.107 pontos após uma queda de 3,15% no dia anterior.

O resultado das vendas acumuladas pelo BC nos leilões da semana foi significativo, superando a marca de US$ 20 bilhões, uma ação que visa estabilizar a volatilidade do câmbio. Especialistas do mercado financeiro expressaram preocupação sobre a eficácia do pacote fiscal proposto, levantando dúvidas se as medidas anunciadas seriam suficientes para controlar os gastos públicos e a inflação.

O tom negativo entre os agentes financeiros é palpável, com muitos acreditando que a aprovação do pacote fiscal, embora necessária, pode não ser suficiente para fazer com que o dólar recuasse consideravelmente de seus patamares atuais. Além de isso, a expectativa de novos riscos econômicos com a gestão de políticas internacionais sob a presidência de Donald Trump também tem influenciado as decisões de investimento.

Diante desse cenário, economistas alertam que um dólar elevado, que encerrou o ano com uma alta de cerca de 29,15%, impactará de forma aguda no cotidiano dos brasileiros, desde o preço dos alimentos até o aumento das tarifas de aluguel. A continuidade da valorização da moeda americana impõe uma pressão inflacionária generalizada, afetando o bolso do consumidor.

O mercado continua atento às novas movimentações e necessários ajustes nas políticas fiscais, com a esperança de que ações firmes possam trazer uma estabilidade ao câmbio e à economia do país.

Referências

  • https://g1.globo.com/economia/noticia/2024/12/19/dolar-ibovespa.ghtml
  • https://economia.uol.com.br/noticias/reuters/2024/12/19/bc-vende-us5-bi-em-segundo-leilao-a-vista-da-sessao.htm
  • https://www.infomoney.com.br/minhas-financas/dolar-vai-a-r-627-e-bolso-fica-cada-vez-mais-apertado-do-aluguel-ao-prato-do-dia/

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