Investigações em curso após delação que envolve delegados e esquema de corrupção na Polícia Civil
Trecho da delação, a qual O GLOBO teve acesso, em que Gritzbach detalha suposta propina — Foto: Reprodução.
No último mês, um escândalo de corrupção tomou conta do noticiário após a delação premiada do empresário Vinícius Gritzbach, que foi assassinado em novembro passado no Aeroporto de Guarulhos. Em seu depoimento ao Ministério Público de São Paulo, Gritzbach afirmou ter pagado R$ 4,2 milhões a três autoridades, incluindo o deputado estadual Delegado Olim e delegados do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). As acusações envolvem um esquema de extorsão em que o empresário tentava garantir benefícios em processos judiciais, como a restituição de seu passaporte e a liberação de bens.
Gritzbach relatou que o pagamento teria sido realizado por meio de um advogado, Ramsés Benjamin Samuel Costa Gonçalves, e envolvia a promessa de ajuda em processos de lavagem de dinheiro. O empresário mencionou especificamente em seu depoimento que as autoridades o ajudariam a recuperar bens confiscados e a obter sua liberdade condicional, em troca da propina.
Mensagens supostamente trocadas entre Ramsés e Gritzbach, entregues pelo empresário ao MP-SP — Foto: Reprodução.
O caso ganhou novas proporções após a morte de Gritzbach, que ocorreu antes que os promotores pudessem coletar mais evidências sobre suas alegações. Desde então, o MP e a Corregedoria da Polícia Civil iniciaram investigações rigorosas sobre as denúncias, com o objetivo de apurar as relações entre Gritzbach e as autoridades citadas, que negam qualquer envolvimento em atividades ilícitas.
Fábio Pinheiro Lopes, o diretor do Deic, e o delegado Murilo Fonseca Roque foram afastados de suas funções em consequência de suas menções na delação. O deputado Delegado Olim, por sua vez, também se pronunciou, afirmando que apenas atuou como intermediário entre Gritzbach e seu advogado, sem qualquer participação em atos ilegais.
Os desdobramentos do caso são acompanhados de perto, uma vez que envolvem um dos mais altos escalões da polícia paulista e revelam um suposto esquema de corrupção que coloca em xeque a integridade das forças de segurança no Estado. As investigações continuam, e os resultados poderão impactar significantemente a Polícia Civil e a política local.
Convido todos os leitores a deixarem suas opiniões e comentários sobre esse assunto tão polêmico. A sua participação é essencial para o debate sobre a corrupção e a segurança pública no Brasil!
Referências
- https://oglobo.globo.com/brasil/noticia/2024/12/20/em-delacao-gritzbach-relatou-pagamento-de-propina-a-delegado-olim-e-chefe-do-deic-envolvidos-negam.ghtml
- https://veja.abril.com.br/coluna/maquiavel/delator-do-pcc-revelou-achaque-de-policiais-a-dentista-dos-famosos
- https://www.metropoles.com/sao-paulo/gritzbach-diretor-deic-afastado-delator-pcc