O que está por trás do afastamento dos delegados da polícia em SP?
Dinheiro e armas apreendidos durante operação da PF e do MP-SP contra policiais corruptos ligados ao PCC — Foto: Reprodução/TV Globo
O Governo de São Paulo decidiu afastar preventivamente dois delegados da Polícia Civil e um diretor do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) após serem citados em uma delação premiada. A medida veio após a denúncia de Vinicius Gritzbach, um empresário do ramo imobiliário, que foi assassinado depois de fazer as acusações sobre corrupção policial ligada ao Primeiro Comando da Capital (PCC).
Os delegados afastados são Fábio Pinheiro Lopes, conhecido como Fábio Caipira, e Murilo Fonseca Roque. Além deles, o deputado estadual Antônio Olim, que também é delegado, foi mencionado na delação. Os três negam irregularidades. Fábio Lopes afirmou que estas alegações são “fatos nebulosos, imprecisos e improcedentes”. Murilo Roque também não foi encontrado para comentar.
Gritzbach, que tinha um histórico de relações complicadas com a polícia, afirmava que membros da corporação exigiam propina para ajudá-lo em investigações que o envolviam. Em seu depoimento, ele detalhou como, para não ser responsabilizado por assassinatos, chegou a ser solicitado o pagamento de R$ 40 milhões em propina. Como resultado das suas declarações, uma investigação foi iniciada.
Presos e procurado na operação da PF e do MP em São Paulo — Foto: Reprodução
A operação policial resultou em várias prisões de policiais alinhados ao PCC; seis deles estão detidos, enquanto um permanece foragido. Entre os detidos, destacam-se outros delegados e investigadores, todos sob acusação de envolvimento em um esquema de lavagem de dinheiro. De acordo com as autoridades, nos últimos cinco anos, o grupo movimentou aproximadamente R$ 72 milhões de forma ilegal.
A investigação revelou que Gritzbach era o intermediário entre o PCC e os policiais, utilizando um esquema para lavar dinheiro através de negócios imobiliários e contas de empresas-fantasma. O advogado de Gritzbach e outros empresários também foram detidos sob as mesmas acusações.
O assassinato de Gritzbach, que ocorreu em novembro, se seguiu a sua delação e levantou várias questões sobre a atuação da polícia em São Paulo, especialmente em relação à corrupção e à influência de facções criminosas nos processos indiciários. A Secretaria de Segurança Pública do estado ainda não comentou oficialmente o afastamento dos delegados.
Este caso está em evolução, e espera-se que novas revelações surjam à medida que aprofundam as investigações. Para mais informações, acompanhe nossas atualizações e não hesite em deixar sua opinião nos comentários.
Referências
- https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2024/12/20/diretor-de-policia-e-delegado-de-sp-sao-afastados-apos-serem-citados-em-delacao-sobre-corrupcao-policial-deputado-foi-mencionado.ghtml
- https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2024/12/governo-de-sp-decide-afastar-diretor-do-deic-e-mais-2-delegados-apontados-por-delator-do-pcc.shtml
- https://veja.abril.com.br/coluna/maquiavel/delator-do-pcc-revelou-achaque-de-policiais-a-dentista-dos-famosos