Como a inovação e a determinação feminina estão moldando o futuro rural no Brasil?
Mulheres transformam o meio rural no interior de SP — Foto: TV TEM
O agronegócio brasileiro está passando por uma revolução silenciosa, impulsionada por mulheres que, com inovação e profissionalismo, têm ocupado posições de liderança em propriedades rurais. Um exemplo notável é Gabriela de Azevedo Rodrigues, de 26 anos, que deixou sua carreira no direito para administrar a Fazenda Primavera, no interior de São Paulo. Gabriela implementou melhorias significativas na operação da fazenda, como a setorização do trabalho e a modernização do manejo das vacas, o que resultou em redução de custos e aumento da produtividade.
Assim como Gabriela, outras mulheres estão quebrando paradigmas no campo. Desire Castilho, que comanda uma fazenda familiar em Irapuã (SP), exemplifica o avanço feminino no agronegócio. A profissional tem enfrentado preconceitos enquanto moderniza sua propriedade, equilibrando as tradições familiares com a inovação necessária para prosperar na atividade econômica.
Conforme relatado por Gabriela, “minhas ações na propriedade inspiraram a equipe a buscar melhorias”, o que reflete a influência positiva que a liderança feminina pode ter no setor, mesmo em áreas onde historicamente a presença masculina é predominante.
A pesquisa da Deloitte destaca que apesar de as mulheres terem maior formação profissional, 75% das jovens entre 18 e 30 anos ainda enfrentam ceticismo em relação às suas capacidades. Esta realidade destaca a importância de iniciativas que promovam a inclusão e a equidade no agronegócio. As jovens na área têm impulsionado transformações, conectando o agronegócio a tecnologias modernas e a práticas sustentáveis.
Além disso, a diversificação no ambiente empresarial se mostra fundamental. De acordo com a análise realizada pela Fundação Getulio Vargas, empresas agrícolas, como a Boa Safra, têm se destacado pela participação significativa de negros e pardos em cargos de liderança. Contudo, a predominância de homens ainda é uma barreira a ser superada. Rafael Oliveira, doutorando em psicologia social da UnB, afirmou: “A diversidade, equidade e inclusão estão ainda em um estágio embrionário dentro do agronegócio”.
O movimento crescente das mulheres e jovens no setor mostra que elas estão construindo um novo paradigma. Eles não apenas estão se engajando por seus próprios direitos e inclusão, mas também criando redes de apoio e implementação de práticas sustentáveis que visam o fortalecimento de suas comunidades, contribuindo assim para a evolução do agronegócio como um todo.
Essas histórias de superação e inovação são um convite à reflexão sobre a importância da diversidade no campo e destacam que, com políticas públicas adequadas e iniciativas que promovam a formação e o empoderamento, o futuro do agronegócio pode ser brilhante e inclusivo.
Vamos continuar essa conversa! O que você pensa sobre a participação das mulheres no campo? Comente e compartilhe suas ideias!
Referências
- https://g1.globo.com/sp/sorocaba-jundiai/nosso-campo/noticia/2024/12/22/mulheres-mostram-competencia-no-comando-da-propriedade-rural.ghtml
- https://www1.folha.uol.com.br/diversidade-nas-empresas/2024/12/com-forte-presenca-do-agro-centro-oeste-e-marcado-por-homens-em-cargos-de-lideranca.shtml
- https://www.deloitte.com/br/pt/Industries/consumer/perspectives/mulheres-jovens-agro.html