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Conflitos intensificam-se após resultado eleitoral contestado; situação gera caos na capital

Protestos em Moçambique
Protestos após eleição presidencial em Moçambique já deixaram mais de 20 mortos — Foto: Amilton Neves / AFP

A violência em Moçambique, desencadeada por protestos após eleições presidenciais controversas, levou à fuga de mais de 1.500 detentos de uma prisão de segurança máxima na capital, Maputo. A situação crítica que se desenvolve no país resultou em confrontos que já causaram a morte de 56 pessoas, incluindo policiais.

O tumulto começou quando o partido no poder, a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), teve sua vitória confirmada em uma eleição de outubro, que a oposição denunciou como fraudulenta. O chefe da Polícia Nacional, Bernardino Rafael, afirmou que “fugiram 1.534 reclusos” da prisão, onde ocorreram intensos confrontos com agentes penitenciários. Durante isso, 33 pessoas morreram e 15 ficaram feridas entre os fugitivos, destacando a gravidade da violência que se intensificou desde o início dos protestos.

A agitação civil, que começou com a confirmação da vitória do governista Daniel Chapo, levou a um clima de medo em Maputo. O ministro do Interior, Pascoal Ronda, revelou que “236 atos de violência grave” foram registrados em um período de 24 horas, resultando em múltiplas fatalidades e feridos. “O hospital central de Maputo funciona em condições críticas”, informou o diretor do estabelecimento, que recebeu mais de 90 feridos, muitos deles com ferimentos a bala.

Estabelecimentos danificados em Maputo
Protestos em Moçambique após resultado de eleições presidenciais deixaram diversos estabelecimentos danificados — Foto: Amilton Neves/AFP

Durante os protestos e distúrbios, várias lojas, bancos e prédios públicos foram saqueados e danificados, causando ainda mais instabilidade na capital. Testemunhas relataram que a maioria da população estava trancada em casa, enquanto apenas veículos de emergência conseguiam transitar pelas ruas.

A situação se agravou com a ação de grupos armados que atacaram delegacias e veículos, o que intensificou as preocupações sobre a segurança na região. “Estamos preocupados como país, como moçambicanos e como forças de segurança”, declarou o chefe da Polícia Nacional, apontando que a criminalidade poderia aumentar nas próximas 48 horas.

As reações internacionais não tardaram a surgir, com a União Europeia expressando “extrema inquietação” sobre a situação e pedindo moderação a todas as partes envolvidas.

Com a crescente violência e instabilidade, muitos moçambicanos clamam pela “verdade eleitoral”, como afirmou o opositor Venâncio Mondlane, que também busca intensificar a luta contra o que considera uma “humilhação do povo”.

Esta crise destaca uma fraqueza nas estruturas democráticas do país e gera um clima de apreensão em relação ao futuro de Moçambique.

Referências

  • https://oglobo.globo.com/mundo/noticia/2024/12/25/protestos-em-mocambique-mais-de-1500-detentos-fogem-de-prisao-e-33-morrem-em-confronto-com-a-policia-mortos-chegam-a-56.ghtml
  • https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2024/12/mais-de-1500-presos-escapam-de-prisao-em-mocambique-em-motim.shtml
  • https://gauchazh.clicrbs.com.br/mundo/noticia/2024/12/mais-de-1-500-presos-fugiram-em-meio-a-disturbios-eleitorais-em-mocambique-diz-policia-cm54be6ko00hb012x04he9484.html

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