Uma figura polarizadora da política francesa deixa a sua marca na história
Jean-Marie Le Pen em imagem do dia 7 de setembro de 2007, em Saint-Cloud, França — Foto: Thomas Coex/AFP/Arquivo
Jean-Marie Le Pen, fundador do controverso partido francês de extrema direita, o Front National (atualmente Reunião Nacional), faleceu aos 96 anos na terça-feira, 7 de janeiro de 2025. A informação foi confirmada pela sua família, que destacou que ele estava cercado de entes queridos em uma casa de repouso devido ao seu estado de saúde debilitado.
Considerado uma figura polarizadora e abertamente racista, Le Pen balançou o establishment político francês ao conquistar um surpreendente segundo turno nas eleições presidenciais de 2002, onde disputou contra Jacques Chirac. Seu estilo retórico, alimentado por um forte apelo populista e carisma, permitiu-lhe reunir uma base fiel de seguidores, mas também lhe rendeu inúmeras controvérsias ao longo de sua carreira.
Ele teve a infelicidade de ser condenado em várias ocasiões por discursos de ódio, incluindo declarações que relativizavam o Holocausto. Em uma de suas falas mais infames, Le Pen chegou a caracterizar as câmaras de gás como “apenas um detalhe” na história da Segunda Guerra Mundial.
Por mais de quatro décadas, Le Pen representou a extrema direita na política francesa, e sua influência perdurou através de sua filha, Marine Le Pen, que assumiu a liderança do partido e buscou moderar algumas de suas retóricas em busca de mais aceitação no mainstream político. “Uma figura histórica da extrema-direita, ele desempenhou um papel na vida pública de nosso país por quase 70 anos”, comentou o atual presidente francês, Emmanuel Macron, ao se referir à morte de Le Pen.
Gilbert Collard, ex-parlamentar e aliado de Le Pen, ressaltou a importância de seu legado, afirmando que ele “sempre serviu à França, defendeu sua identidade e sua soberania”. Dada a natureza controversa de suas ideologias, o impacto de Jean-Marie Le Pen poderá ser avaliado apenas com o tempo, à medida que a história recapitula sua trajetória e seu papel na ascensão da extrema direita na França.
Marine Le Pen é saudada pelo pai, Jean-Marie Le Pen, no final de uma campanha em 30 de março de 2012, em Nice, sudeste da França — Foto: Boris Horvat/AFP/Arquivo
A morte de Le Pen ocorre em um momento de crescente desafio para a direita francesa, especialmente enquanto sua filha, Marine, enfrenta novas adversidades e a luta para manter o Reunião Nacional relevante em um cenário político em mudança.
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Referências
- https://noticias.uol.com.br/colunas/jamil-chade/2025/01/07/o-dia-em-que-le-pen-tentou-me-convencer-que-nao-era-racista.htm
- https://g1.globo.com/mundo/noticia/2025/01/07/morre-jean-marie-le-pen-lider-historico-da-extrema-direita-na-franca.ghtml
- https://www.infomoney.com.br/mundo/ex-lider-da-extrema-direita-francesa-jean-marie-le-pen-morre-aos-96-anos/