Compartilhe

Decisão pragmática reflete desafios financeiros enfrentados pela Cosan em cenário de taxas de juros elevadas

Caminhão em área de mineração
A imagem mostra um caminho sinuoso em uma área de mineração, com um grande caminhão amarelo se deslocando. Ao fundo, há uma encosta íngreme com camadas de rochas expostas e vegetação ao redor. O céu está parcialmente nublado, e há poeira visível no ar, sugerindo atividade de mineração. Fonte: Alexandre Rezende/Folhapress

O Grupo Cosan anunciou, na última quinta-feira (16), que se desfez de 4,05%* de sua participação acionária na mineradora Vale. A venda, avaliada em aproximadamente R$ 9 bilhões, surge após tentativas da empresa de Rubens Ometto de influenciar a mineradora, que foram frustradas.

A jornada da Cosan na Vale começou em setembro de 2022, quando o grupo adquiriu 4,9% das ações, com planos ambiciosos de aumentar sua participação para 6,5%. Contudo, questões financeiras se tornaram prioritárias. A empresa, que enfrenta um elevado endividamento, fechou o terceiro trimestre de 2024 com uma dívida líquida de R$ 21,7 bilhões, “quase três vezes superior” à do mesmo período do ano anterior, o que gerou uma reavaliação de suas estratégias financeiras.

Rubens Ometto, presidente do Conselho de Administração da Cosan, destacou que “o atual patamar da taxa de juros nos obriga a reduzir a alavancagem da Cosan”. Isso leva a um cenário de incerteza, onde as elevadas taxas de juros têm um impacto negativo na estratégia de crescimento da empresa. “Na minha trajetória, fui ficando mais pragmático. Aprendi que o foco deve ser na disciplina financeira para continuarmos crescendo”, completou Ometto.

Imagem de uma estrutura de mineração. Fonte: Alexandre Rezende/Folhapress

Além dos desafios financeiros, a venda foi vista com bons olhos pelo mercado. Após o anúncio, as ações da Cosan tiveram alta de mais de 2%, indicando um sinal positivo para investidores que buscam estabilidade durante momentos de incerteza econômica.

A venda também reflete um movimento de reavaliação da Cosan em relação a sua estratégia de investimento. Ao se desfazer da participação na Vale, a empresa busca “otimizar sua estrutura de capital”, enfatizando a necessidade de recuperar a disciplina financeira e reduzir a alavancagem.

Os planos de Ometto de influenciar a Vale surgiram em um contexto de proximidade entre a mineradora e o governo anterior. No entanto, com a mudança de administração política e a nova dinâmica das relações econômicas, esses planos foram prejudicados.

A Cosan continua a ser uma player importante em setores como agronegócio e energia, e essa venda pode ser um passo importante para reposicionar a empresa para um futuro mais estável. O foco agora deve ser na recuperação financeira e na exploração de novas oportunidades de crescimento sustentável.

Para discutir este tema ou compartilhar sua opinião, deixe um comentário abaixo e não esqueça de compartilhar este artigo!

Referências

  • https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2025/01/cosan-se-desfaz-de-fatia-na-vale-por-r-9-bilhoes-apos-tentativa-frustrada-de-influir-em-mineradora.shtml
  • https://www.infomoney.com.br/mercados/vale-e-ativo-extraordinario-mas-juro-alto-obrigou-cosan-a-vender-acoes-diz-ometto/
  • https://valor.globo.com/empresas/noticia/2025/01/16/cosan-prepara-venda-de-acoes-da-vale-em-bloco-na-b3.ghtml

Compartilhe

Veja também

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *