Como a insegurança na cidade de São Paulo levou à morte de um atleta querido pela comunidade ciclista?
Jaquelini Pereira do Santos e o marido Vitor Medrado, de 46 anos, morto durante um assalto no Itaim Bibi, área nobre da Zona Sul de SP. — Foto: Reprodução/Redes Sociais.
No dia 13 de fevereiro de 2025, a comunidade de ciclistas de São Paulo foi abalada pela trágica morte de Vitor Medrado, de 46 anos, durante um assalto na zona nobre do Itaim Bibi. O incidente ocorreu às 6h15, quando Medrado, que era orientador físico e querido pelos alunos, foi abordado por dois criminosos em uma motocicleta enquanto estava parado em uma calçada, mexendo no celular. “Estou sem o meu amor. Mas acredito que Deus vai cuidar de quem causou esse mal”, desabafou sua esposa, Jaquelini Santos.
Ela contou que Vitor estava preocupado com a segurança na região, já que o Parque do Povo, local do crime, vem sendo alvo de assaltos frequentes. “A sensação é que estou sem o meu amor. Todos nós estamos sujeitos à violência da cidade”, disse Jaquelini, evidenciando o clima de medo que permeia a rotina dos ciclistas.
O ciclista Vitor Medrado, de 46 anos, recebe homenagem de amigos em frente ao Parque do Povo, no Itaim Bibi, Zona Sul de SP. — Foto: Reprodução/TV Globo.
Na manhã de 14 de fevereiro, amigos e familiares se reuniram em uma homenagem silenciosa em memória de Medrado, levando flores e realizando orações no local do crime. O clima de revolta era palpável, e os presentes exigiam mais segurança nas ruas. “Todo dia a gente ouve uma fatalidade, algo de ruim aconteceu com alguém do bem”, lamentou Jaquelini.
O capitão da Polícia Militar de São Paulo, Leonardo Simões, garantiu que houve aumento no patrulhamento e que a corporação está otimista em identificar os responsáveis. “Estamos analisando as imagens e acreditamos que a motocicleta usada nos dois assaltos é a mesma”, comentou, referindo-se a outro ataque que ocorreu no mesmo dia contra um motociclista no bairro Brooklin.
Blitz da Polícia Militar em frente ao Parque do Povo, no Itaim Bibi, nesta sexta-feira (14). — Foto: Renato Franzini/g1.
A situação preocupa a comunidade de ciclistas, como observou Jean Coloca, amigo de Vitor Medrado, que afirmou: “Temos de viajar 2 horas para pedalar em segurança”. Ele ressaltou a necessidade de continuar pedalando, mas com maior cautela, afirmando que “não é normal” a insegurança nas rotas ciclistas tradicionais.
“Ele dedicava a vida dele para dar qualidade de vida a outras pessoas”, concluiu Jean, descrevendo Medrado como um exemplo para a comunidade. A tragédia destaca o aumento da violência urbana e a sensação de insegurança que atormenta São Paulo, refletindo a urgência de soluções eficazes para garantir a segurança de todos.
Ao final, o evento em homenagem a Vitor Medrado reúne cerca de 200 pessoas, demonstrando a força e a união da comunidade ciclista diante da tragédia que abalou a todos.
Referências
- https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2025/02/14/estou-sem-o-meu-amor-de-quem-cuida-de-mim-diz-esposa-de-ciclista-assassinado-em-assalto-no-itaim-bibi-area-nobre-de-sp.ghtml
- https://www.terra.com.br/noticias/brasil/cidades/temos-de-viajar-2-horas-para-pedalar-em-seguranca-diz-amigo-de-ciclista-assassinado-em-sp,241ced2f96f441730d63721e31f96a7bwnd8vlze.html