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Decisão surpreende e divide opiniões entre ambientalistas e governo

Luiz Inácio Lula da Silva e Alexandre Silveira
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e o Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira — Foto: Ricardo Stuckert / PR

O governo brasileiro, nesta terça-feira, dia 18 de fevereiro de 2025, anunciou sua adesão à Opep+, o grupo que reúne aliados da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, comunicou a decisão durante reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), ressaltando que o Brasil se torna o primeiro país a assinar a chamada “carta de cooperação” da Opep.

Hoje, a Opep conta com 13 grandes países produtores de petróleo, incluindo nações como Arábia Saudita, Irã e Venezuela. A Opep+, por sua vez, abrange também países aliados que, apesar de não serem membros formais, colaboram em políticas que regem a produção de petróleo a nível internacional.

“Não devemos nos envergonhar de sermos produtores de petróleo”, afirmou Silveira durante o anúncio. Ele destacou que a adesão à Opep+ trará uma nova dinâmica ao debate sobre a transição energética no Brasil, que atualmente está sob a mira de críticas ambientais dado o contexto da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), que ocorrerá em Belém do Pará ainda este ano.

Opep aumentando Gradualmente a Produção
A Opep pretende aumentar gradualmente a produção de petróleo nos próximos meses — Foto: Gregory Bull/AP/Arquivo

A decisão, no entanto, não veio sem controvérsias. Ambientalistas e especialistas acenaram preocupações, argumentando que o ingresso do Brasil nessa organização é um sinal negativo, especialmente em um momento em que o mundo enfrenta uma crise climática severa. Camila Jardim, do Greenpeace Brasil, criticou: “O Brasil vai na contramão, integrando um grupo que busca controlar preços do petróleo”, numa clara referência à necessidade de explorar caminhos mais sustentáveis em energia.

Pablo Nava, também do Greenpeace, complementou que o Brasil deveria buscar alianças que priorizem a economia de baixo carbono, alinhando-se a compromissos internacionais de sustentabilidade. Já o ministro Silveira minimizou as críticas, afirmando ser também um “ambientalista” e questionando a suposta contradição de integrar um fórum que discute transição energética.

A repercussão da adesão à Opep+ promete ser um tema quente de discussão nas próximas semanas, enquanto o governo se prepara para acessar não apenas o grupo, mas também a Agência Internacional de Energia (EIA) e a Agência Internacional para as Energias Renováveis (IRENA). A luta entre a urgência de políticas ambientais e a pressionante necessidade de levar o Brasil a um novo patamar na política energética global ficou evidente.

Ao encerrar, fica a indagação: quais serão os impactos práticos dessa adesão nas políticas de energia do Brasil e como o governo planeja equilibrar seus compromissos ambientais com a nova aliança?

Referências

  • https://g1.globo.com/economia/noticia/2025/02/18/brasil-vai-ingressar-na-opep-decide-governo.ghtml
  • https://www.infomoney.com.br/politica/brasil-aceita-convite-e-vai-ingressar-na-opep-diz-ministro-de-minas-e-energia/
  • https://www.terra.com.br/noticias/brasil/governo-lula-anuncia-adesao-do-brasil-a-opep,0fe01f7b24c2c4b8584d997649e37895jwqp31mx.html

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