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Pesquisadores destacam a importância da vigilância epidemiológica nesta descoberta inédita.

Morcego da espécie Molossus molossus onde foi identificado coronavírus semelhante ao MERS
Morcego insetívoro da espécie Molossus molossus em que foram identificados um novo coronavírus na América do Sul, próximo ao MERS-CoV, e um gemykibivirus relacionado a humanos. Fonte: Larissa Leão Ferrer de Sousa/Agência Fapesp/Reprodução.

Uma pesquisa inovadora realizada em Fortaleza, Ceará, resultou na identificação de um novo coronavírus em morcegos, estreitamente ligado ao causador da Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS). Esta é a primeira vez que um vírus desse tipo é encontrado na América do Sul, conforme divulgado por pesquisadores das universidades de São Paulo e do Ceará, em colaboração com a Universidade de Hong Kong, no dia 20 de fevereiro de 2025.

O estudo revelou a descoberta de sete coronavírus em amostras coletadas de cinco morcegos das espécies *Molossus molossus* e *Artibeus lituratus*. Segundo a primeira autora do estudo, Bruna Stefanie Silvério, “encontramos partes da proteína spike do vírus que sugerem uma potencial interação com o receptor utilizado pelo MERS-CoV”. Isso levanta preocupações sobre a capacidade desse novo coronavírus de infectar humanos, embora ainda não haja comprovações.

Os dados foram publicados no *Journal of Medical Virology*, onde foi relatado que o novo coronavírus possui uma similaridade genética de 71,9% com o MERS-CoV. Essa descoberta ressaltou a vasta diversidade genética de coronavírus existentes no Brasil e a importância dos morcegos como reservatórios naturais desses vírus.

O professor Ricardo Durães-Carvalho, orientador de Silvério, ressaltou que “os morcegos são importantes reservatórios de vírus e, por isso, devem ser alvos de vigilância epidemiológica contínua”, indicando a necessidade de monitoramento desses animais para antecipar riscos de transmissão para humanos e outros animais.

Vale lembrar que o MERS-CoV, identificado pela primeira vez em 2012 na Arábia Saudita, provocou mais de 800 mortes em 27 países. A nova variante encontrada não é considerada um alto risco devido à sua baixa probabilidade de evolução para uma pandemia, mas sua descoberta no Brasil aumenta a atenção em relação ao monitoramento de novos patógenos.

Os pesquisadores agora planejam conduzir experimentos em Hong Kong para verificar se o novo coronavírus pode se ligar às células humanas. Como importante passo inicial, Silvério se prepara para um estágio na Escola de Saúde Pública dessa universidade, onde coordenará novas investigações.

A comunidade científica continua alerta, e esta descoberta evidencia a necessidade contínua de vigilância e pesquisa sobre vírus emergentes e reemergentes no Brasil.

Convidamos os leitores a compartilhar suas opiniões sobre a descoberta e a importância da vigilância epidemiológica nos comentários abaixo!

Referências

  • https://veja.abril.com.br/saude/encontrado-primeiro-coronavirus-semelhante-ao-mers-em-morcegos-na-america-do-sul
  • https://olhardigital.com.br/2025/02/20/medicina-e-saude/virus-parente-da-covid-19-e-detectado-pela-primeira-vez-no-brasil/
  • https://sbtnews.sbt.com.br/noticia/saude/variante-do-coronavirus-semelhante-a-mers-e-encontrada-na-america-do-sul-1

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