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Três crianças escaparam do abrigo e relataram abusos; autoridades investigam a situação

Buraco na parede do Lar do Bebê em Porto Velho
Buraco na parede do Lar do Bebê em Porto Velho — Foto: Rede Amazônica.

Na tarde do último domingo (23), três crianças, duas meninas e um menino com idades entre 9 e 11 anos, fugiram do Lar do Bebê, uma unidade de acolhimento em Porto Velho. Elas fizeram um buraco na parede do abrigo, ação que, segundo a Secretaria Municipal de Assistência Social e Família (Semasf), resultou na sua fuga. As crianças foram encontradas na manhã de segunda-feira (24) na zona rural, a cerca de 45 quilômetros da cidade.

As autoridades reportaram que, ao serem localizadas, as crianças relataram experiências traumáticas dentro do lar, mencionando maus-tratos por parte de funcionários. De acordo com um depoimento gravado por familiares, uma das crianças afirmou ter sido “enforcada” e outra teve “os pés furados por objeto cortante”. As alegações de abusos têm gerado uma onda de preocupação sobre a condição em que os meninos e meninas estão sendo mantidos.

“O Lar do Bebê se tornou um alvo de denúncias por suas estruturas precárias”, comenta a juíza titular Kerley Alcântara, que acompanha o caso. As queixas incluem superlotação e falta de cuidadores adequados, afetando diretamente o bem-estar das crianças acolhidas. Apesar de a unidade abrigar atualmente apenas 13 crianças, denúncias são recorrentes desde 2024, incluindo solicitações do Ministério Público para melhorias na estrutura física do lar e maior capacitação da equipe.

O Local, antes tranquilo, se transformou em um ponto de intensa atenção após a fuga e as denúncias. A diretora do Lar do Bebê, Núbia Oliveira, registrou uma ocorrência na Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA), que agora investiga os fatos.

O caso levantou questões sobre a responsabilidade do poder público em zelar por instituições que acolhem crianças em situação de vulnerabilidade. A Prefeitura de Porto Velho confirmou as denúncias de estrutura inadequada, enquanto o Ministério Público já havia solicitado intervenções urgentes no lar.

Área de lazer do Lar do Bebê
Área de lazer do Lar do Bebê — Foto: Reprodução.

As imagens que circularam nas redes sociais mostram as condições alarmantes em que os menores estavam submetidos, dificultando a permanência e o acolhimento digno. O espaço de lazer estava abarrotado de equipamentos danificados, e relatos sobre a higiene do local são igualmente preocupantes.

Além da fuga e do estado do abrigo, as imagens da estrutura ferida e descuidada pedem uma reflexão urgente sobre o amor e a proteção que crianças devem receber.

A sociedade agora se questiona: até quando a vulnerabilidade persistirá sem que se tome uma atitude efetiva?

Sofá, pia e banheiro do Lar do Bebê
Sofá, pia e banheiro do Lar do Bebê — Foto: Reprodução.

O Ministério Público busca garantir que as vozes das crianças sejam ouvidas e que medidas severas sejam tomadas em defesa de seus direitos. A ação já está em andamento, com uma investigação que visa apurar as condições enfrentadas por essas crianças e o envolvimento dos responsáveis pelo Lar do Bebê.

Os relatos de abusos e as condições deploráveis expostas destacam uma realidade extremamente preocupante. A expectativa agora é que a sociedade, o poder público e as instituições de proteção contribuam de forma eficaz para que jovens como esses recebam o amparo e o respeito que merecem.

Referências

  • g1.globo.com/ro/rondonia/noticia/2025/02/24/criancas-fogem-do-lar-do-bebe-em-porto-velho.ghtml
  • rondoniagora.com/policia/familiares-gravam-depoimento-de-criancas-relatando-tortura-no-lar-do-bebe
  • rondoniaovivo.com/noticia/geral/2025/02/24/cavaram-a-parede-duas-meninas-e-um-menino-fogem-do-lar-do-bebe-em-porto-velho.html

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