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Quais são os efeitos dos eventos extraordinários no resultado da estatal?

Interação entre colaboradores da Petrobras
A imagem mostra duas pessoas em trajes de trabalho laranja, sorrindo e interagindo de forma amigável. O homem usa uma camisa com a bandeira do Brasil, enquanto a mulher tem um logotipo da Petrobras em sua roupa. Fonte: Foto de Pablo Porciuncula/AFP.

A Petrobras divulgou seu balanço do 4º trimestre de 2024, reportando um prejuízo significativo de R$ 17 bilhões, impactado, principalmente, pela alta do dólar. No mesmo período de 2023, a empresa havia registrado um lucro de R$ 33 bilhões. Segundo a presidente da companhia, Magda Chambriard, “o resultado se deve, fundamentalmente, a uma questão de natureza contábil que não afeta nosso caixa: a variação cambial das dívidas entre a Petrobras e suas subsidiárias no exterior.”

A queda do lucro da estatal foi acentuada, com um total de R$ 36,6 bilhões para 2024, representando uma diminuição de 70% em relação ao ano anterior. Os analistas têm chamado a atenção para a magnitude dos chamados “eventos extraordinários”, que totalizam um prejuízo de R$ 52,6 bilhões, sendo R$ 27,5 bilhões relacionados à variação cambial. De acordo com Renan Pieri, professor na Escola de Administração de Empresas de São Paulo (FGV/EAESP), “há uma redução de fluxo de caixa comparado trimestre a trimestre, o que liga o sinal amarelo no desempenho da Petrobras.”

A trajetória do dólar não se apresenta favorável, tendo acumulado uma alta de 27,50% em relação ao real durante 2024. Como resultado, os ADRs (recibos de ações negociadas em Nova York) da Petrobras despencaram cerca de 7% nas negociações após o fechamento do mercado. Especialistas apontam que o lucro anual da empresa ficou aquém das expectativas de diversos bancos de investimento, que projetavam um lucro de cerca de R$ 83 bilhões.

Os efeitos da alta do dólar vão além dos resultados financeiros. Ruy Hungria, analista da Empiricus, enfatiza que os eventos extraordinários, apesar de não serem recorrentes, “veio em uma magnitude bastante relevante, o que deve pesar sobre os papéis no pregão”. No contexto de uma política de preços que não sofreu grandes alterações, a empresa observou uma queda na produção de petróleo, reduzindo para 2,7 milhões de barris de óleo equivalente por dia, refletindo paradas para manutenção em plataformas marítimas.

A estatal, que passou por 2024 sem reajustes significativos nos preços dos combustíveis, poderá enfrentar novos desafios caso não haja uma reavaliação dessa estratégia, principalmente em tempos de forte oscilação nos preços do petróleo.

A situação atual da Petrobras reforça a necessidade de acompanhamento próximo dos indicadores financeiros e cambiais, que podem impactar diretamente o desempenho da empresa e, por consequência, a economia brasileira.

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Referências

  • https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2025/02/prejuizo-da-petrobras-no-4o-tri-e-efeito-do-dolar-mas-eventos-exclusivos-chamam-atencao-dizem-analistas.shtml

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