Medidas protecionistas de Trump trazem incertezas para o comércio Brasil-EUA!
Fonte: Mandel NGAN / AFP
As recentes medidas protecionistas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, têm gerado grande apreensão nos setores econômicos do Brasil. A política de reciprocidade, que entra em vigor no dia 2 de abril, poderá impactar diretamente diversos produtos brasileiros, entre eles o etanol e o aço, levando a um aumento nas taxas de importação.
“Essa medida é uma forma de ‘toma lá, dá cá'”, afirma Trump, que justifica as tarifas como uma forma de justiça comercial. Enquanto produtos brasileiros entram nos EUA sem custos adicionais, os produtos norte-americanos, como o aço, já são taxados rigorosamente. Essa lógica de reciprocidade pode trazer grandes consequências para a economia brasileira, que é uma das mais afetadas neste cenário.
De acordo com estimativas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o impacto da taxação em produtos como etanol e polietileno pode chegar a R$ 8,7 bilhões, mas representaria uma fração mínima do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil — apenas 0,01% — indicando que a real magnitude da medida pode ser ainda mais baixa.
Victor do Prado, ex-diretor da OMC, aponta que o efeito das tarifas dos EUA, especialmente sobre o aço, pode acabar se voltando contra os próprios americanos. “Ao imporem tarifas sobre o aço brasileiro, eles estão dando um tiro no pé”, destacou Prado, argumentando que retaliações do Brasil também poderiam ser prejudiciais devido à dependência de insumos e equipamentos importados dos EUA.
Essas decisões, consideradas irracionais por alguns especialistas, podem gerar um aumento na inflação americana. Estima-se que uma família dos EUA poderá desembolsar até US$ 1.200 a mais por ano devido às tarifas, conforme as indústrias refletirem esses custos nos preços finais.
A dinâmica do comércio entre Brasil e Estados Unidos é complexa, e o governo brasileiro tem buscado evitar reações impulsivas, mantendo uma postura diplomática. “O comércio deve ser visto como uma oportunidade para negociações mais equilibradas”, conclui Prado.
As expectativas são de que essa relação comercial se torne cada vez mais tensa, com os olhos do setor privado atentos a possíveis novas medidas que possam surgir.
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Referências
- https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2025/03/14/produtos-afetados-trump.htm
- https://oglobo.globo.com/blogs/miriam-leitao/post/2025/03/tarifas-dos-eua-sobre-aco-sao-tiro-no-pe-retaliacao-do-brasil-tambem-seria-considera-ex-diretor-da-omc.ghtml