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Por que a lesão de Carol Gattaz é um alerta para o vôlei feminino?

Carol Gattaz foi medalhista de prata nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020
Carol Gattaz foi medalhista de prata nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 — Foto: Hedgard Moraes/MTC

A jogadora de vôlei Carol Gattaz, do Dentil/Praia Clube, enfrentou uma grave lesão durante uma partida da Superliga Feminina, ocorrida na última sexta-feira (14). A atleta de 43 anos sofreu a ruptura do ligamento cruzado anterior (LCA) do joelho esquerdo, confirmando a necessidade de uma nova cirurgia, já que um episódio semelhante havia ocorrido em 2023 no joelho direito.

Segundo Gattaz, “mais uma vez o ligamento cruzado”, referindo-se ao fato de que, além do LCA, a lesão afetou também o menisco e ligamentos colaterais. Este tipo de lesão, especialmente no contexto do vôlei, é alarmante e levanta questões sobre a vulnerabilidade das mulheres no esporte. O Dr. Adriano Leonardi, ortopedista e especialista em medicina esportiva, explica que as mulheres são mais propensas a rupturas de LCA devido a fatores hormonais e biomecânicos.

A lecionadora detalhou que “existe uma perda da especificidade do movimento e da contração muscular para aquele esporte” após longos períodos de inatividade, o que pode incrementar o risco de contusões. O tempo estimado de recuperação para lesões de LCA pode variar de seis meses a um ano, ressaltando a gravidade da situação de Gattaz, que expressou sua frustração nas redes sociais: “Tentando processar tudo isso. Dormindo e tentando acordar e pensar que tudo não passou de um pesadelo.”

Macris e Carol Gattaz em bloqueio
Macris e Carol Gattaz em bloqueio — Foto: Hedgard Moraes/MTC

Lesões desse tipo são menos comuns no vôlei em comparação ao futebol e basquete, mas impactam severamente no desempenho das atletas. Estudos mostram que enquanto as lesões são raras em jogadoras profissionais, ocorre com maior frequência entre amadoras que não utilizam treinos adequados e específicos. O Dr. Leonardi aponta que “o principal fator de risco do vôlei é a falta de preparação física para o esporte”, confirmando que amadoras estão mais suscetíveis a lesões.

Além de Gattaz, outras jogadoras como Júlia Kudiess e Lara Nobre também sofreram lesões similares, o que sinaliza uma tendência preocupante para o vôlei feminino em relação a contusões mais sérias.

Gattaz, que já foi uma das principais jogadoras da Seleção Brasileira, tem um histórico de vitórias significativas, incluindo a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Tóquio em 2020. Sua ausência nas quadras não apenas deixa um vazio na equipe, mas também levanta questões sobre o futuro de sua carreira. A atleta já havia renovado seu contrato com o Praia Clube, mas enfrentará uma reavaliação após a recuperação.

Em suas palavras: “Estou frustrada, como qualquer atleta está sujeita a passar por isso, mas nunca se conforma.” O apoio que Gattaz tem recebido demonstra a importância de uma comunidade unida em torno de atletas em recuperação.

Para os fãs e praticantes do vôlei, estas experiências servem como importantes lembretes sobre a prevenção de lesões e a necessidade de processos de recuperação adequados que respeitem o tempo necessário para a completa cicatrização.

Referências

  • https://ge.globo.com/eu-atleta/saude/noticia/2025/03/18/ruptura-de-lca-no-volei-lesao-de-carol-gattaz-e-mais-incidente-entre-mulheres.ghtml
  • https://www.uol.com.br/esporte/ultimas-noticias/2025/03/17/carol-gattaz-desabafa-apos-nova-grave-lesao-no-joelho-tentando-processar.htm
  • https://www.estadao.com.br/esportes/volei/carol-gattaz-lamenta-grave-lesao-no-joelho-que-pode-antecipar-o-fim-de-sua-carreira-pesadelo-npres/

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