Entenda as controvérsias sobre a confissão e os detalhes da investigação do assassinato da adolescente.
Vitória Regina de Sousa, 17, adolescente encontrada morta em Cajamar. — Foto: Reprodução/TV Globo
Na última segunda-feira (17), a Polícia Civil de São Paulo anunciou que Maicol Sales dos Santos teria confessado o assassinato de Vitória Regina de Sousa, uma adolescente de 17 anos encontrada morta em Cajamar, na Grande São Paulo. Este caso tem gerado grande repercussão na mídia e nas redes sociais, especialmente após a divulgação das circunstâncias em que a confissão foi obtida.
De acordo com o depoimento, Maicol afirmou que matou a jovem por vingança, após uma série de desentendimentos. Contudo, a defesa alega que a confissão foi obtida sob coação, e que não houve a presença de advogados durante o depoimento. “Maicol relatou ter sido submetido a forte pressão psicológica, o que pode configurar coação”, declarou o advogado Flávio Ubirajara ao portal G1.
Foi encontrado um corpo em um estado avançado de decomposição, do qual a identificação foi feita através de tatuagens. A perícia do Instituto Médico Legal (IML) confirmou que Vitória foi morta com três facadas, e não apenas duas, como mencionou o suspeito em seu depoimento. Essa discrepância levanta dúvidas sobre a veracidade e a espontaneidade da confissão de Maicol.
Experts em Direito também apontaram que confissões feitas sem a presença de advogados só são válidas em certas condições. Júlia Zonzini, advogada criminalista, afirmou que “a validade da confissão feita fora de juízo depende da forma como é produzida”. Para que uma confissão seja aceita, ela deve ser clara de coações ou induzimentos.
A investigação mostrou que Maicol vinha monitorando Vitória desde 2024, e as evidências encontradas em seu celular, incluindo fotos da jovem e informações que revelam um comportamento de stalking, reforçam essa teoria. O celular do suspeito continha mais de 50 imagens de outras mulheres com características semelhantes às de Vitória, além de fotos de facas e armas.
Agentes da polícia científica fazendo coletas de digitais em um dos veículos encontrados. — Foto: Giba Bergamim/ TV Globo
A polícia ainda investiga se houve outros envolvidos no crime, apesar de sua atual linha de investigação descartar essa possibilidade após a confissão de Maicol. No entanto, o laudo que confirmará a identidade do sangue encontrado no carro do suspeito é aguardado. Entre os indícios encontrados, o local do crime se torna outro mistério, uma vez que a polícia acredita que Vitória foi morta dentro do carro de Maicol.
Ainda em meio à dor da perda, o pai de Vitória recebeu apoio da autora Glória Perez, que recentemente expressou sua solidariedade nas redes sociais, afirmando que “depois de perder a filha de maneira tão brutal, ainda tem que ouvir essa ‘confissão’ cínica”, referindo-se à maneira como a confissão foi apresentada.
O caso Vitória continua sendo um tema debatido nas redes sociais, e a sociedade se mobiliza pela busca de justiça.
Este artigo destaca os detalhes do caso, mas as revelações ainda estão em andamento. Comentários e opiniões dos leitores são bem-vindos, e é importante compartilhar este conteúdo para que mais pessoas estejam informadas sobre a gravidade das situações de stalking e violência.
Referências
- https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2025/03/20/caso-vitoria-defesa-diz-que-suspeito-pode-ter-sido-coagido-a-confessar-juristas-explicam-que-ato-pode-ocorrer-sem-advogados-mas-deve-ser-espontaneo.ghtml
- https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/sudeste/sp/gloria-perez-se-solidariza-com-pai-de-vitoria-confissao-cinica/
- https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2025/03/20/cabelo-raspado-3-facada-o-que-falta-esclarecer-sobre-o-caso-vitoria.htm