Justiça condena Globo a indenizar atriz Roberta Rodrigues por racismo e assédio moral

A decisão traz à tona questões importantes sobre diversidade e inclusão no ambiente de trabalho!

Festa de cinco anos da CNN Brasil. Fonte: Reprodução.

A Justiça do Trabalho determinou que a TV Globo pague uma indenização de R$ 500 mil à atriz Roberta Rodrigues, após julgamento que considerou praticadas condutas de assédio moral e racismo institucional durante as gravações da novela Nos Tempos do Imperador.

De acordo com a juíza Aline Gomes Siqueira, do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região, o ambiente vivenciado por Roberta e seus colegas de elenco foi marcado por práticas discriminatórias que culminaram em um diagnóstico de burnout para a atriz, obrigando-a a se afastar do trabalho por cerca de três meses.

Roberta, que alegou tratamento diferenciado para atores negros no set, declarou que a situação era insustentável e gerou desconforto emocional. “O ambiente foi tóxico, e isso afetou meu desempenho e bem-estar”, enfatizou a atriz durante os depoimentos do processo.

A decisão judicial ainda permite que a emissora recorra. Embora o valor da indenização tenha sido fixado em R$ 500 mil, Roberta inicialmente requereu uma quantia de R$ 10 milhões em reparação, evidenciando a gravidade da situação enfrentada nos bastidores da produção.

Além do tratamento desigual, o caso trouxe à tona uma série de críticas dirigidas à novela, que foi acusada de perpetuar estereótipos e tratar questões raciais de forma inadequada. “Isso revela um necessário apelo à reflexão sobre práticas de inclusão”, concluiu a juíza em sua sentença.

Após a repercussão do caso, o diretor artístico da novela, Vinicius Coimbra, foi afastado e, posteriormente, demitido, com a justificativa de assédio moral. A Globo, por sua vez, sempre negou as alegações de discriminação e afirmou que não houve segregação racial entre os artistas envolvidos na produção.

Esse desdobramento judicial é um importante marco para discutir a diversidade nas emissoras de TV, evidenciando a necessidade de um ambiente de trabalho que respeite todas as etnias e promova a inclusão de maneira efetiva.

Os advogados de Roberta não se manifestaram sobre o caso, dado que o processo é sigiloso. “É um ponto crucial para a mudança nas práticas corporativas”, argumenta a especialista em diversidade.

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