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Com a nova lei em vigor, ativistas prometem lutar pela liberdade de expressão!

Participantes da marcha do Orgulho em Budapeste, realizada em julho de 2022.
Participantes da marcha do Orgulho em Budapeste, realizada em julho de 2022. Fonte: Ferenc Isza/AFP/Getty Images.

A Hungria aprova uma nova lei que proíbe as marchas do Orgulho LGBTQ+, gerando uma onda de protestos e reações tanto dentro quanto fora do país. O governo, liderado pelo primeiro-ministro Viktor Orban e seu partido Fidesz, justifica a proibição com a alegação de que essas manifestações comprometem a proteção das crianças. Em um tweet, Orban afirmou: “Nós não vamos deixar que a ideologia woke coloque em risco nossas crianças”.

A medida, aprovada de forma rápida pelo parlamento húngaro, já provocou reações intensas, incluindo bloqueios de pontes em Budapeste por manifestantes em protesto contra a mordaça imposta à comunidade LGBTQ+. Os organizadores do evento, que há 30 anos celebra a diversidade em uma passeata na capital, afirmaram que “não permitirão que este novo banimento fascista os impeça”, prometendo continuar a luta. “Não vamos nos deixar calar”, declarou Robert Antic, um dos participantes da comunidade LGBTQ+.

O novo dispositivo legal permite o uso de reconhecimento facial para identificar os participantes que decidirem desrespeitar a proibição, uma medida que ativistas de direitos humanos consideram extremamente invasiva. Anna Bacciarelli, pesquisadora da Human Rights Watch, aqueceu as discussões ao dizer que essa abordagem “clama por uma vigilância inadequada e claramente em desacordo com os direitos humanos”.

Durante a votação na câmara, opositores da lei acenderam sinalizadores como símbolo de protesto. Apesar da forte contestação, a legislação foi aprovada com uma votação de 136 a 27. “Isto não é proteção à infância, isso é fascismo”, clamou um porta-voz dos organizadores do Pride.

Fumos coloridos foram acionados dentro do parlamento húngaro enquanto a lei anti-LGBTQ+ era aprovada.
Fumos coloridos foram acionados dentro do parlamento húngaro enquanto a lei anti-LGBTQ+ era aprovada. Fonte: Boglarka Rodnar/MTI/AP.

Muitos cidadãos húngaros se sentem desiludidos com esse retrocesso na luta pelos direitos humanos. Simon Bird, um professor aposentado que se autoidentifica como queer, manifestou seu descontentamento: “Eu me sinto invisível e ativamente desacreditado”. Outros, como June, uma artista não-binária e bissexual, expressaram a importância de criar espaços seguros, como o Queer Picnic, que ocorreu no ano passado. “Esse tipo de evento vai se tornar um alicerce para a nossa comunidade”, disse.

Enquanto isso, a reação internacional não se fez esperar. A Comissária de Igualdade da UE, Hadja Lahbib, declarou que “todas as pessoas devem ter a liberdade de ser quem são”, reforçando que a liberdade de se reunir pacificamente é um direito fundamental que precisa ser defendido por toda a União Europeia.

As tensões na Hungria seguem altas, e novos capítulos desta luta pelo direitos humanos e pela liberdade de expressão estão por vir. Os organizadores do Pride húngaro prometem que a 30ª edição do evento acontecerá, mesmo sob as novas restrições.

Referências

  • https://www.cnn.com/2025/03/23/europe/hungary-pride-ban-lgbtq-crackdown-intl/index.html
  • https://www.bbc.com/news/articles/c5y0zrg9kpno


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