Entenda como a nova composição do conselho pode impactar a política energética do Brasil!
Logo da Eletrobras, em prédio da estatal no Rio de Janeiro — Foto: Pilar Olivares/Reuters
O governo Luiz Inácio Lula da Silva e a Eletrobras formalizaram um acordo crucial que expande a influência da União no Conselho de Administração da companhia, privatizada em 2022. O documento, assinado no dia 26 de março, eleva de um para três o número de assentos que o governo ocupa entre os dez disponíveis no conselho, aumentando assim seu poder de decisões estratégicas na empresa.
Esse termo, que ainda precisa da homologação do Supremo Tribunal Federal (STF) para ser efetivo, resulta de mais de dois anos de negociações. A iniciativa do governo busca contestar a privatização anterior e assegurar maior participação na gestão da Eletrobras. Apesar de ter mantido aproximadamente 40% das ações, a estrutura da privatização limitou o direito de voto da União nas assembleias de acionistas a apenas 10%.
Durante a apresentação do acordo, Lula expressou suas intenções de ampliar a representação governamental na Eletrobras: “Precisamos garantir a voz da União em um setor tão estratégico como o de energia.” As reuniões de assembleias são críticas, pois é ali que as decisões essenciais são tomadas, desde a aprovação de contas até a escolha de diretores executivos.
Além das mudanças no conselho, o governo também indicou o ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, para o Conselho Fiscal da Eletrobras. Junto a ele, foram indicados outros destacados nomes ligados ao Partido dos Trabalhadores (PT), incluindo Silas Rondeau e Nelson Hubner, todos com experiência sólida em energia e administração pública.
Com o novo acordo, a Eletrobras não será mais obrigada a investir na construção de Angra 3, uma usina nucleares, exceto em termos que ainda precisam ser definidos. Essa medida vem como parte da suspensão de um acordo anterior sobre investimentos. O governo agora terá de buscar soluções financeiras de modo a não onerar os consumidores com o custo das futuras decisões.
Para especialistas, essa mudança é um passo decisivo, mas gera controvérsias. Ainda que a extensão de contratos e a criação de assentos no conselho pareçam benéficas, a manutenção do poder reduzido de voto é uma questão que pode limitar a verdadeira influência do governo na companhia.
“Os eletricitários estão preocupados com a efetividade dessa ampliação de assentos, se isso não significar apenas um aumento superficial, mas sem verdadeira influência nas decisões,” observou um analista do setor.
Sendo assim, o futuro da Eletrobras poderá refletir a complexidade das novas dinâmicas de poder entre governo e iniciativa privada no Brasil. A situação exige acompanhamento contínuo e discussões amplas sobre como os interesses energéticos do país estão sendo moldados.
As opiniões dos leitores são sempre bem-vindas! O que você pensa sobre esse novo acordo? Compartilhe suas ideias e ajude a enriquecer a discussão!
Referências
- https://g1.globo.com/economia/noticia/2025/03/27/uniao-e-eletrobras-formalizam-acordo-que-amplia-influencia-do-governo-no-conselho-de-administracao-da-empresa.ghtml
- https://www.estadao.com.br/economia/governo-lula-indica-mantega-conselho-fiscal-eletrobras/