Uma vida dedicada à literatura, à cultura e à luta pelos direitos das mulheres
Heloisa Teixeira — Foto: Gustavo Malheiros / Livro ‘Mulher Viva’
Neste dia 28 de março de 2025, o Brasil perdeu uma de suas mais renomadas intelectuais. Heloisa Teixeira, aos 85 anos, partiu após complicações de uma pneumonia e insuficiência respiratória aguda, conforme confirmado pela Academia Brasileira de Letras (ABL) e sua editora. Conhecida por sua profunda influência no feminismo e na crítica cultural, Heloisa dedicou mais de 60 anos ao estudo e à promoção da literatura e dos direitos das mulheres.
Nascida em Ribeirão Preto, São Paulo, em 26 de julho de 1939, Heloisa formou-se em Letras Clássicas pela PUC-Rio e fez mestrado e doutorado na UFRJ. Ao longo de sua trajetória, tornou-se referência em áreas de pesquisa voltadas à literatura marginal e à relação entre cultura e desenvolvimento. Sua obra mais icônica, “26 Poetas Hoje”, publicada em 1976 durante a ditadura militar, revelou uma geração de poetas brasileiros e impactou profundamente a literatura da época.
Nos últimos anos, Heloisa se reinventou, decidindo adotar o sobrenome da mãe, Teixeira, como forma de libertação e empoderamento. Em entrevista, ela afirmou: “Foi uma espécie de reencontro com minha mãe, que tinha esse sobrenome e que já não me identificava mais com o meu antigo nome”. Este ato não foi apenas uma mudança de identidade — foi um renascimento que simboliza a luta pelas causas feministas que sempre defendeu.
Heloisa também se destacou na direção do Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro e foi professora emérita da UFRJ, onde continuou a lecionar até seus últimos dias, sempre com foco nas questões contemporâneas da cultura. Suas últimas obras, como “Rebeldes e Marginais: Cultura nos Anos de Chumbo (1960-1970)”, mostraram seu compromisso contínuo com a análise e crítica das transformações culturais e sociais do Brasil.
A escritora deixa um legado inestimável, tanto como autora de obras fundamentais da literatura brasileira quanto como defensora dos direitos das mulheres e da diversidade cultural. Heloisa Teixeira será sempre lembrada por sua coragem e visão, tornando-se um símbolo de resistência e inspiração para as gerações futuras. Ela nos deixou uma rica herança cultural e intelectual, e sua ausência será sentida em todos os lugares onde sua obra teve ressonância.
Os leitores são convidados a compartilhar suas memórias ou reflexões sobre a obra e o legado de Heloisa Teixeira nos comentários. A luta por igualdade e justiça continua, e o trabalho de Heloisa permanece como uma luz orientadora nesse caminho.
Referências
- https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2025/03/morre-heloisa-teixeira-que-mudou-rumos-do-feminismo-e-da-critica-cultural-no-brasil.shtml
- https://oglobo.globo.com/cultura/noticia/2025/03/28/morre-a-escritora-e-imortal-da-abl-heloisa-teixeira-aos-85-anos.ghtml
- https://www.estadao.com.br/cultura/literatura/morre-heloisa-teixeira-ex-buarque-de-hollanda-importante-nome-do-feminismo-brasileiro-nprec/