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Conheça a história de resistência e renascimento cultural que marca Redenção, CE!

Monumento em Redenção que simboliza a abolição da escravidão.
Redenção, no Ceará, foi a primeira cidade do Brasil a eliminar a escravidão e tem monumento em alusão ao acontecimento histórico — Foto: Alex Pimentel/SVM

Redenção, situada a aproximadamente 55 quilômetros de Fortaleza, é um marco histórico no Brasil, sendo a primeira cidade do país a abolir a escravidão, no dia 1º de janeiro de 1883. Um ano depois, em 25 de março de 1884, foi a vez do estado do Ceará se tornar a primeira província a liberar seus escravizados. A importância dessa data é celebrada anualmente como a “Data Magna” no Ceará.

O cenário atual de Redenção, porém, reflete os efeitos de um passado de escravidão, conforme apontado por especialistas da região. Segundo reportagens, a cidade vive desafios significativos nas áreas de educação e desenvolvimento humano. Embora tenha sido pioneira na abolição, a população negra local ainda enfrenta desigualdades e dificuldades estruturais.

Dentre as homenagens à abolição, destaca-se o monumento ‘Negra Nua’, instalado em 1968 pelo artista Eduardo Pamplona. Essa obra retrata uma mulher negra em um gesto de celebração da liberdade, mas também provoca reflexões sobre como a história afro-brasileira é frequentemente representada, como observa a historiadora Larissa Gabarra: “A imagem da Negra Nua é uma afronta do paternalismo”, afirmando que a representação deve ser discutida em seu contexto social.

O historiador Arilson dos Santos Gomes complementa que a abolição foi resultado de diversas lutas e resiliências dos próprios escravizados. Ele explica que “resistências como a Greve dos Jangadeiros, em 1881, tiveram um papel fundamental na abolição”. Ao longo dos anos, a luta pela liberdade e igualdade continua aberta e as artes têm se tornado um meio de resgatar essa história. O documentário ‘REDENÇÃO 2083’, por exemplo, explora o futuro a partir das narrativas negras, trazendo uma nova perspectiva e resistência cultural.

Além de homenagear os mártires da abolição, como Chico da Matilde, conhecido como o “Dragão do Mar”, também é crucial destacar a resistência da população negra contemporânea. A luta por condições dignas e representatividade se perpetua nas diversas manifestações culturais e artísticas que surgem em Redenção e no Ceará como um todo.

A celebração da liberdade em Redenção não se limita a um passado histórico, mas se mostra como um caminho contínuo de resistência e criatividade, refletindo as lutas e conquistas da população negra até os dias de hoje. Essa jornada oferece um convite à reflexão sobre a identidade e a luta dos afro-brasileiros, que cultivam suas raízes e revelam sua história por meio da arte e da cultura.

Para os leitores, o convite é para que compartilhem suas reflexões sobre como a história da abolição e suas consequências são contadas e vividas hoje. Comentários e compartilhamentos serão muito bem-vindos!

Referências

  • https://g1.globo.com/ce/ceara/noticia/2025/03/25/redencao-a-primeira-cidade-do-brasil-a-abolir-a-escravidao-vive-desafios-e-renascenca-negra.ghtml
  • https://www.brasildefato.com.br/2025/03/26/25-de-marco-resistencia-memoria-e-continuidade-negra-em-verdes-mares/

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