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Como a nova série da Netflix levanta questões sobre a masculinidade e a violência juvenil?

Owen Cooper foi elogiado por sua atuação como Jamie, de 13 anos, em 'Adolescência' — Foto: Divulgação/Netflix
Owen Cooper foi elogiado por sua atuação como Jamie, de 13 anos, em ‘Adolescência’ — Foto: Divulgação/Netflix

A minissérie “Adolescência”, lançada recentemente na Netflix, está gerando intenso debate sobre as consequências de movimentos radicais de masculinidade e sua influência nos jovens. A trama gira em torno de Jamie, um adolescente de 13 anos, que se vê envolto em temas como bullying e radicalização online, culminando em um ato de violência trágico.

A série investiga o conceito da “machosfera”, um termo que descreve o crescimento de comunidades online que promovem ideologias misóginas e extremistas. De acordo com o criador da série, Jack Thorne, as ideias contidas nessas redes têm um impacto profundo e perturbador, fazendo com que os jovens se sintam atraídos por narratives que muitas vezes os marginalizam ainda mais. “Não se trata apenas de Andrew Tate. Essas ideias estão por toda parte,” explicou Thorne em uma entrevista à BBC.

Historicamente, a machosfera começou a se formar na década de 1990, quando grupos começaram a se organizar pela internet. Inicialmente, muitos desses espaços não eram tóxicos, mas à medida que as ideologias se espalhavam, a misoginia se tornou predominante, principalmente em fóruns de “incels”, onde homens culparam as mulheres por suas experiências de solidão.

A ascensão dessas comunidades coincide com a popularização das redes sociais, amplificando suas mensagens e atraindo novos seguidores. Os incels e os “profissionais da sedução” tiveram suas ideias compartidas em plataformas como Facebook e Reddit, impactando diretamente a juventude. Sugiura, especialista em crimes cibernéticos, ressaltou: “A machosfera não se trata apenas de misoginia e ódio. Ela é apresentada de uma forma que parece ser sobre autoajuda e evolução pessoal.”

As questões levantadas pela série são pertinentes em um contexto onde jovens lutam com a pressão social e a falta de apoio emocional. A relação com os pais, a ausência de uma rede de suporte e a busca de aceitação nesse ambiente digital hostil são temas recorrentes que emergem na narrativa.

Uma das imagens marcantes traz Jamie, retratado em momentos que capturam a essência da pressão que os jovens enfrentam. “Adolescência” não apenas expõe a relação entre masculinidade tóxica e violência, mas também serve como um chamado à ação para pais e educadores refletirem sobre como abordar esses temas delicados em suas conversas.

O roteirista Jack Thorne conclui que “isso é um mundo comum. É realmente preocupante o que é possível neste momento.” Ao final, “Adolescência” nos deixa com uma indagação crucial: como podemos criar um espaço seguro para discussões abertas sobre masculinidade e suas projeções na vida dos jovens?

Para você, qual a importância de discutir a machosfera e suas consequências? Compartilhe sua opinião nos comentários e ajude a expandir essa conversa tão necessária nos dias de hoje.

Referências

  • https://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2025/03/29/adolescencia-como-surgiu-a-sinistra-machosfera-retratada-pela-serie.ghtml
  • https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/polzonoff/adolescencia-netflix/
  • https://www.cnnbrasil.com.br/educacao/como-adolescencia-8-producoes-sobre-o-bullying-na-escola/

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