Milhares saem às ruas em várias cidades pedindo melhorias e reajustes em seus pedidos
iFood: Logo visto em uma ilustração com uma mulher segurando um celular. (Foto: Rafael Henrique/SOPA Images/LightRocket via Getty Images)
O início da semana de 31 de março de 2025 foi marcado por uma intensa mobilização dos entregadores de aplicativos em diversas cidades do Brasil. Conhecida como Breque Nacional dos Apps, a manifestação visa reivindicar melhores condições de trabalho e reajustes nas taxas pagas pelas entregas.
Os organizadores do movimento ressaltam que os trabalhadores não estão apenas lutando por aumentos salariais, mas também por condições de trabalho dignas. “A ideia da manifestação é trazer visibilidade para a precarização que enfrentamos. Hoje, a taxa mínima de entrega é R$ 6,50, o que, diante dos aumentos, principalmente dos combustíveis, não cobre os custos que temos”, afirma a diretora do Sindicato dos Motociclistas e Ciclistas Profissionais do RS, Gabriela Gonçalves.
O iFood, uma das principais plataformas de delivery no Brasil, emitiu um comunicado durante a semana, afirmando que “respeita o direito à manifestação pacífica” e que se compromete a manter o diálogo com os trabalhadores. A empresa também destacou que está avaliando a possibilidade de um aumento na taxa mínima de entrega, que já havia subido de R$ 5,31 para R$ 6,50 desde 2022, além de um adicional para entregas agrupadas.
Em São Paulo, a capital mais afetada, os entregadores se reuniram na Praça Charles Miller e marcharam até o MASP. A manifestação fez parte de uma mobilização que se espalhou por 59 cidades, incluindo Porto Alegre, onde motoristas e entregadores se uniram em uma motociata, reivindicando melhorias e reajustes.
A presidente do Simtrapli-RS, Carina Trindade, afirmou que, em “nove anos de serviço da Uber no Rio Grande do Sul, não houve nenhum tipo de aumento na tarifa”. A insatisfação com a remuneração também foi ecoada em Porto Alegre, onde entregadores reivindicaram um aumento significativo na tarifa por entrega e ajustes nas condições de trabalho, incluindo limitações nas rotas de bicicletas.
A situação dos entregadores é crítica e complexa, com altos índices de precarização do trabalho. “Queremos salários justos e condições dignas”, afirmam os manifestantes, que exigem um aumento da taxa mínima para R$ 10 e melhorias nos tempos de entrega, que, em algumas situações, podem levar mais de uma hora para serem processados sem remuneração.
Por fim, o próximo passo para os trabalhadores será uma audiência no Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT4), onde esperam que suas vozes sejam ouvidas e suas demandas levadas em consideração.
O Breque Nacional dos Apps ilustra a força da classe trabalhadora em busca de justiça e condições de trabalho mais humanizadas. Nos comentários abaixo, compartilhe sua opinião sobre a luta dos entregadores e como as plataformas poderiam contribuir para melhorar suas condições de trabalho.
Referências
- https://veja.abril.com.br/coluna/radar-economico/a-resposta-do-ifood-para-a-greve-dos-entregadores-de-aplicativos/
- https://www.correiodopovo.com.br/not%C3%ADcias/cidades/entregadores-e-motoristas-de-aplicativos-fazem-manifesta%C3%A7%C3%A3o-em-porto-alegre-1.1593956
- https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2025/03/31/breque-dos-apps-ato-em-sp.htm