Medidas comerciais podem relembrar cenários da Grande Depressão!
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning — Foto: Reuters.
No atual cenário de tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, levantou um alerta significativo. Em uma recente declaração, ela comparou o aumento das tarifas comerciais de Donald Trump à *Lei Smoot-Hawley* de 1930, que, segundo muitos economistas, contribuiu para a exacerbação da Grande Depressão nos EUA. “A Lei de Tarifas Smoot-Hawley de 1930 alimentou a Grande Depressão. Hoje, as Tarifas Recíprocas correm o risco de abrir novamente a Caixa de Pandora”, declarou Mao em um pronunciamento.
Essas novas medidas comerciais foram implementadas após a confirmação de que as tarifas sobre produtos chineses poderão atingir até 125%, ao mesmo tempo em que as taxas sobre outros países foram uniformizadas em 10%. Este movimento do governo americano não apenas busca paralisar a economia chinesa, mas também impacta diretamente o agronegócio brasileiro, que terá que lidar com as consequências das mudanças nas tarifas.
Durante um evento do Comitê Nacional Republicano, Donald Trump se manifestou agressivamente, afirmando que “eles sempre nos passaram a perna a torto e a direito. Vamos agora passar a perna neles”, referindo-se à postura do governo chinês. Esta retórica acirrada culminou em mais tarifas, que foram implementadas em resposta a um aumento de tarifas chinesas sobre produtos norte-americanos.
Trump em evento do Comitê Nacional Republicano para o Congresso — Foto: Reuters.
A nova política tarifária não se limita a afetar apenas o comércio entre EUA e China, mas também redefine a dinâmica de mercado para produtos do agronegócio brasileiro. Especialistas, como Renan Hein dos Santos, da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), afirmam que “a reprise do primeiro embate não traz boas lembranças aos produtores americanos”, sugerindo que os efeitos de uma guerra tarifária são profundos e complexos.
À medida que o comércio entre EUA e China se restringe, o Brasil pode encontrar uma janela de oportunidade. Enquanto o país sul-americano tenta ocupar os espaços deixados pelos produtos chineses no mercado internacional, outros países, como Argentina e Paraguai, também poderão se beneficiar, ampliando a competição no setor.
Por fim, a disputa tarifária entre EUA e China representa mais do que uma simples rivalidade comercial; é uma luta que pode moldar o futuro da economia global, com repercussões que se estendem a diversos setores e na vida de milhões de pessoas.
O contexto atual exige atenção e análise cuidadosa, pois as consequências de uma guerra tarifária podem ser devastadoras, não só para os países envolvidos, mas para o comércio global como um todo.
Para compartilhar suas opiniões ou fazer perguntas sobre esse tema, deixe seu comentário abaixo!
Referências
- https://g1.globo.com/mundo/noticia/2025/04/09/china-manda-indireta-a-trump-e-diz-que-guerra-de-tarifas-pode-abrir-caixa-de-pandora-como-a-que-levou-a-grande-depressao.ghtml
- https://gauchazh.clicrbs.com.br/colunistas/gisele-loeblein/noticia/2025/04/como-novas-tarifas-dos-eua-mudam-os-efeitos-sobre-produtos-do-agro-brasileiro-cm9ado6uk00oo012t01xhyrew.html