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Deputada federal promete levar o caso ao tribunal internacional e critica governo americano

Dep. Erika Hilton (PSOL - SP)
Fonte: Dep. Erika Hilton (PSOL – SP)

A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) enfrentou um incidente preocupante ao receber um visto dos Estados Unidos que a identificava como homem, contrariando seu registro civil brasileiro. O episódio ocorreu na véspera de sua viagem para participar da Brazil Conference, realizada na Universidade de Harvard e no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), programada para o dia 12 de abril de 2025.

Esse novo visto se revelou um verdadeiro pesadelo, uma vez que um documento anterior, emitido em 2023 durante o governo do ex-presidente Joe Biden, constava que Hilton era identificada como mulher, de acordo com sua identidade trans. Ao compartilhar a situação em suas redes sociais, Hilton lamentou: “Não me surpreendo. Isso já está acontecendo nos documentos de pessoas trans dos EUA faz algumas semanas”. A deputada declarou que o caso representa um claro ataque aos direitos dos cidadãos trans e denunciará a situação à ONU e à Comissão Interamericana de Direitos Humanos.

Erika Hilton criticou a política de imigração americana, apontando que o governo de Donald Trump tem ignorado documentos oficiais de outros países: “O que me preocupa é um país estar ignorando documentos oficiais acerca da existência dos próprios cidadãos, e alterando-os conforme a narrativa e os desejos de retirada de direitos do Presidente da vez.” A deputada também enfatizou que a transfobia estrutura-se como parte de uma “agenda política de ódio global”.

Este não é um episódio isolado; a nova política da administração americana, que reconhece apenas os gêneros masculino e feminino, foi instaurada através de uma ordem executiva assinada por Trump logo após sua posse. A ordem implica que os formulários governamentais devem restringir a opções de gênero apenas a esses dois, excluindo identidades de gênero não binárias e desconsiderando o respeito necessário à identidade das pessoas trans.

Erika manifestou toda sua indignação ao afirmar: “Irei acionar o presidente [dos EUA] Donald Trump judicialmente na ONU e na Comissão Interamericana de Direitos Humanos. Queremos que o Itamaraty chame o embaixador para dar explicações.” Em um momento de reflexão sobre a experiência que viveu, Hilton acrescentou: “Senti medo, para ser sincera. E não aceitei me submeter a esse tipo de coisa”, optando por não viajar para evitar a situação angustiantes no aeroporto.

Esse caso não apenas levanta importantes discussões sobre os direitos trans, mas também exemplifica desafios contínuos no reconhecimento e respeito à identidade de gênero em contextos burocráticos internacionais. O silêncio da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil sobre este incidente também é um ponto que gera expectativa sobre a resposta oficial.

Convidamos os leitores a compartilharem suas opiniões e reflexões sobre este tema crucial.

Referências

  • https://veja.abril.com.br/mundo/erika-hilton-e-identificada-como-homem-em-visto-dos-eua-e-promete-levar-trump-a-onu/
  • https://www1.folha.uol.com.br/colunas/monicabergamo/2025/04/erika-hilton-recebe-visto-dos-eua-com-genero-masculino-e-diz-que-acionara-trump-na-onu-por-transfobia.shtml

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