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Refúgio em busca de tratamento médico e proteção familiar a coloca na mira internacional

Nadine Heredia e Ollanta Humala
Nadine Heredia e Ollanta Humala — Foto: Reuters/Mariana Bazo.

No último dia 16 de abril, Nadine Heredia, ex-primeira-dama do Peru, chegou ao Brasil após obter asilo diplomático, logo após ser condenada a 15 anos de prisão por lavagem de dinheiro. Ela é esposa de Ollanta Humala, ex-presidente do Peru, que também recebeu a mesma pena. A condenação envolve casos de corrupção relacionados à construtora brasileira Odebrecht e ao governo do ex-presidente venezuelano Hugo Chávez.

Ao ser notificada sobre a condenação, Heredia se refugiou na Embaixada do Brasil em Lima, onde solicitou proteção. O governo brasileiro atendeu ao seu pedido, alegando razões humanitárias, incluindo problemas de saúde, já que Heredia foi recentemente operada da coluna e está acompanhada de um filho menor. O chanceler Mauro Vieira justificou a decisão com base na “grande tradição brasileira de acolhimento a estrangeiros” e as necessidades urgentes apresentadas pelo caso.

As investigações que levaram à condenação do casal Humala/Heredia remontam ao escândalo conhecido como Lava Jato, que expôs uma ampla rede de corrupção envolvendo políticos peruanos e a megaempresa Odebrecht. Além do ex-presidente, outros ex-mandatários do Peru também foram implicados em esquemas de corrupção. No caso de Heredia, a acusação alega que ela esteve diretamente envolvida na captação e lavagem de recursos provenientes de doações ilegais feitas à campanha da legenda de seu marido.

Conforme reportagens, Heredia teria ajudado a gerenciar contribuições ilícitas e se envolvido em atividades de financiamento de campanha com recursos provenientes do governo de Chávez.

A defesa de Heredia refutou as acusações, alegando que não havia provas suficientes para sustentá-las. O advogado da ex-primeira-dama, Julio César Espinoza, afirma que as condenações devem ser revistas devido à fragilidade das provas apresentadas. Uma das principais evidências foram anotações encontradas em suas agendas, que indicariam reuniões com figuras-chave do caso, no entanto, Heredia sempre negou a prática de qualquer crime.

O governo brasileiro, ao conceder asilo, não se deixou abalar por críticas de entidades como a Transparência Internacional, que alertaram sobre os riscos à credibilidade do país por acolher uma condenada de corrupção. O foco da decisão, segundo as autoridades, foi principalmente em aspectos humanitários e na proteção de Heredia e seu filho.

Com a chegada de Nadine a Brasília, a situação política na América Latina ganha novas nuances, especialmente em relações diplomáticas entre Brasil e Peru, além de levantar questões sobre como o Brasil irá lidar com solicitações semelhantes no futuro.

Comentários e opiniões sobre o caso são bem-vindos, incentivando um debate construtivo sobre o tema.

Referências

  • https://g1.globo.com/mundo/noticia/2025/04/18/nadine-heredia-pelo-que-ex-primeira-dama-do-peru-foi-condenada-quais-as-provas-e-qual-a-alegacao-da-defesa.ghtml
  • https://veja.abril.com.br/coluna/matheus-leitao/frase-do-dia-mauro-vieira/
  • https://noticias.uol.com.br/colunas/jamil-chade/2025/04/18/ministro-diz-que-asilo-a-peruana-nao-impacta-caso-bolsonaro-nada-a-ver.htm


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