A transição de liderança que marca o fim de uma era no investimento
Warren Buffett, CEO of Berkshire Hathaway, em evento em Omaha, nos EUA
Warren Buffett, o icônico investidor conhecido como o “Oráculo de Omaha”, anunciou no último sábado (3) sua aposentadoria da Berkshire Hathaway, após uma impressionante trajetória de 60 anos que transformou a empresa em um dos maiores conglomerados do mundo, avaliado em US$ 1,1 trilhão. O anúncio foi realizado durante a 60ª reunião anual dos acionistas, realizada em Omaha, Nebraska, onde milhares de investidores se reuniram para ouvir as revelações do magnata.
Aos 94 anos, Buffett revelou que recomendará Greg Abel, atual vice-presidente da empresa e que supervisiona diversas operações da Berkshire, como o novo CEO. “Chegou o momento de Greg se tornar o CEO da empresa no final do ano e quero apresentar isso aos diretores”, disse Buffett durante seu discurso. Abel, com 62 anos, já havia sido categorizado como potencial sucessor anteriormente.
Durante a reunião, Buffett também fez críticas à política tarifária do governo do presidente dos Estados Unidos, afirmando que “o comércio não deve ser usado como arma”. Essa declaração ganhou relevância especial, dado o contexto da guerra comercial liderada por Donald Trump, que impactou de maneira significativa as operações da Berkshire Hathaway.
Buffett, que é o quinto bilionário mais rico do mundo, segundo a Forbes, expressou que ainda se manterá próximo à empresa e continuará a possuir suas ações, afirmando: “Não tenho intenção de vender uma a ação sequer da Berkshire Hathaway. Vou doá-las gradualmente.”
A transição de liderança está sendo observada de perto, uma vez que Buffett sempre foi considerado o cérebro por trás das estratégias de sucesso da empresa. Abel, que tem uma longa história com a Berkshire, supervisiona empresas tão diversificadas quanto a BNSF Railway e a famosa rede de fast-food Dairy Queen. Ele é visto como um executivo capaz, tendo demonstrado um profundo entendimento dos diferentes setores em que a Berkshire atua.
Ao longo de sua administração, Buffett fez história ao transformar uma fabricante de tecidos em um conglomerado diversificado que inclui empresas da Coca-Cola à Apple, com uma filosofia de investimento focada na qualidade e no longo prazo. O dilema de sua sucessão sempre foi uma preocupação entre os acionistas, mas agora, com a indicação de Abel, muitos depositam confiança na continuidade do legado de Buffett.
“Isso é absolutamente monumental”, comentou Christopher Rossbach, um acionista de longa data, visivelmente emocionado após o anúncio. As ações da Berkshire Hathaway, que apresentam uma valorização substancial ao longo dos anos, devem continuar a atrair investidores e, com a chegada de Abel, a expectativa é que a marca mantenha sua posição de destaque no mercado.
A aposentadoria de Warren Buffett é, sem dúvida, uma das notícias mais significativas do cenário financeiro atual, marcando o fim de uma era e dando espaço a novas lideranças.
Referências
- https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2025/05/warren-buffett-deixara-a-berkshire-hathaway-apos-seis-decadas.shtml
- https://g1.globo.com/economia/noticia/2025/05/03/warren-buffett-anuncia-aposentadoria-da-berkshire-hathaway.ghtml
- https://istoedinheiro.com.br/greg-abel-escolhido-para-suceder-buffett-supervisiona-empresas-da-berkshire-ha-7-anos/