Um olhar sobre a história e as chances de eleição de um futuro papa africano!
Foto: Reprodução / Vatican News
Nos últimos dias, a discussão sobre os papas africanos e a possibilidade de um novo líder católico do continente ganhou destaque. Historicamente, o Norte da África foi um dos principais centros de formação do cristianismo, sendo o lar de três papas notáveis: Vítor I, Milcíades e Gelásio I. Esses papas, que governaram entre os séculos II e V, deixaram importantes legados que ainda ressoam na Igreja Católica hoje.
O Professor Christopher Bellitto, historiador da Universidade Kean, destacou a relevância dessa região: “O Norte da África era o Cinturão Bíblico do cristianismo antigo”. O Papa Vítor I, em seu papado entre 189 e 199, é lembrado principalmente por ter introduzido o latim como língua oficial da Igreja, além de convocar o primeiro Sínodo Romano para resolver a controvérsia sobre a data da Páscoa.
Foto: Reprodução / Canção Nova
O Papa Milcíades, que exerceu seu ministério entre 311 e 314, foi o primeiro papa a ter uma residência oficial, recebida como presente do imperador Constantino. Essa mudança veio em um momento de transição crucial para o cristianismo, que começava a ser aceito pelo Império Romano.
Foto: Reprodução / Vatican News
Por sua vez, Gelásio I, que governou entre 492 e 496, é famoso por ter desenvolvido a Doutrina das Duas Espadas e também por ter institucionalizado o Dia dos Namorados, em homenagem ao mártir cristão São Valentim.
A importância dos papas africanos não é apenas histórica, mas também contemporânea. Após a morte de Francisco, especula-se a possibilidade de um novo papa originário do continente. Atualmente, a Igreja Católica vem crescendo rapidamente na África, com a expectativa de que muitos católicos africanos ampliem sua representação no conclave, que se inicia em breve. Segundo informações recentes, 18 cardeais africanos participarão da eleição, com três nomes sendo discutidos como favoritos: Peter Kodwo Appiah Turkson, Robert Sarah e Fridolin Ambongo Besungu.
O cardeal ganês Peter Turkson, conhecido por seu estilo humilde e atuante, é um forte candidato. Suas sugestões sobre questões de justiça e paz têm ressoado bem entre os católicos africanos. Robert Sarah, por outro lado, é visto como uma figura mais conservadora, sendo associado a movimentos de direita. Por fim, Fridolin Ambongo Besungu, arcebispo de Kinshasa, possui apoiadores que desejam uma liderança mais representativa e identificada com as questões africanas.
Conforme a professora Philomena Mwaura, da Universidade Kenyatta, “Talvez, como o catolicismo continua forte no continente, chegará o momento em que poderá haver um Papa africano”. Os católicos no hemisfério sul já representam uma parcela significativa e crescente da Igreja.
A escolha de um novo papa é um momento de importância global e, talvez, possamos vivenciar a eleição de um líder que não se restringe apenas à tradição europeia, mas que representa a diversidade e a riqueza cultural africanas. O que pode parecer um desafio, é, na verdade, uma oportunidade para ressignificar a liderança da Igreja Católica.
Para mais informações e imagens sobre essa discussão, fique atento ao desdobramento do conclave e compartilhe suas opiniões nos comentários abaixo!
Referências
- https://oglobo.globo.com/mundo/noticia/2025/05/07/papas-africanos-moldaram-o-cristianismo-e-deixaram-legados-como-dia-dos-namorados-domingo-de-pascoa-e-o-latim-na-igreja.ghtml
- https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2025/05/06/qual-a-chance-de-o-proximo-papa-ser-africano.htm