Incidente em Recife levanta debate sobre preconceito e discriminação de gênero
Casal impediu mulher de entrar em banheiro de academia ao confundi-la com trans — Foto: Reprodução/WhatsApp
Um incidente envolvendo a personal trainer Kely Moraes, de 45 anos, gerou grande repercussão recentemente nas redes sociais, após ela ser agredida verbalmente e impedida de utilizar o banheiro feminino em uma academia de Recife. O caso ocorreu na unidade da rede Selfit, localizada na praia de Boa Viagem, onde Kely estava dando aulas e acabou sendo confundida com uma mulher trans.
De acordo com Kely, após sair do banheiro, uma aluna a abordou de forma agressiva, afirmando que ela não poderia estar no local. A agressora foi acompanhada por um homem que bloqueou a entrada do banheiro feminino, dizendo que a personal deveria utilizar o banheiro masculino, localizado em outro andar. “Ela disse que eu não podia ir no banheiro, e eu perguntei por quê. Ela disse ‘não é lugar para você'”, contou Kely à imprensa, ressaltando que o episódio a fez sentir-se humilhada.
Após a confusão, a personal trainer filmou parte do ocorrido, onde se observa o clima tenso e as provocações por parte dos agressores. “Ela falava com tanta certeza o que eu era que eu quase mostrei minha identidade para provar que eu era mulher. Depois, entendi que eu não tinha que provar nada para ninguém”, afirmou Kely, que já havia enfrentado discriminações no passado por causa de seu corpo sendo fisiculturista.
A academia Selfit se posicionou sobre o incidente, repudiando qualquer ato de preconceito e afirmando que estava à disposição das autoridades para colaborar nas investigações. “Lamentamos profundamente o ocorrido e estamos tomando as medidas necessárias para evitar que situações como essa se repitam”, disse a empresa em nota oficial.
Personal trainer Kely Moraes foi agredida verbalmente ao ser confundida com mulher trans em academia no Recife — Foto: Reprodução/Instagram
Kely, que é mãe e avó, se dedica ao fisiculturismo há 15 anos e compartilha sua experiência e dicas sobre saúde e autoestima em suas redes sociais. Após o acontecido, a personal trainer revelou que ainda está processando o trauma emocional que a situação causou. “Não vou esquecer isso. É uma dor que fica. Mas não vão me calar. Eu sei quem eu sou”, concluiu Kely.
A Polícia Civil de Pernambuco registrou uma ocorrência pela Delegacia de Boa Viagem, incluindo denúncias de constrangimento ilegal, ameaças e vias de fato. As investigações sobre o caso seguem em andamento.
O episódio traz à tona questões relevantes sobre o preconceito e a necessidade de um clima mais respeitoso e acolhedor nas academias e outros ambientes sociais. Muitas vozes agem em prol da inclusão, e deve-se batalhar para que episódios de discriminação como esse não se tornem comuns.
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Referências
- https://g1.globo.com/pe/pernambuco/noticia/2025/05/27/personal-trainer-e-xingada-e-impedida-de-entrar-em-banheiro-ao-ser-confundida-com-mulher-trans-em-academia-video.ghtml
- https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/nordeste/pe/quem-e-monster-fisiculturista-atacada-ao-ser-confundida-com-mulher-trans/
- https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2025/05/27/personal-banheiro-feminino.htm
