Desilusão do Eleitorado é Evidente em Pleito Marcado pelo Boicote Opositivo!
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, durante campanha para as eleições legislativas em Caracas, na Venezuela, em 22 de maio de 2025. — Foto: Ariana Cubillos/ AP
No último domingo, 25 de maio de 2025, as eleições legislativas e estaduais na Venezuela foram marcadas por uma alta taxa de abstenção, refletindo a crescente desilusão da população com o governo de Nicolás Maduro. Aproximadamente 60% dos eleitores optaram por não ir às urnas, resultado de um boicote convocado pela oposição, que questiona a legitimidade do processo eleitoral. Como destacou a jornalista Sandra Cohen, “cerca de 60% dos eleitores se abstiveram de votar”, evidenciando a realidade trágica do país.
Nicolás Maduro, que se declarou vitorioso mesmo diante do baixo comparecimento, afirmou que essa vitória representa a “resiliência do chavismo”. Segundo informações do governo, a participação foi de apenas 42,6%, com a coalizão governista conquistando cerca de 82,6% dos votos e eleições para 23 das 24 governadorias. Essa situação foi amplamente criticada por líderes opositores, que afirmam que “mais de 85% dos venezuelanos desobedecemos a este regime e dissemos não”, como afirmou María Corina Machado, que está na clandestinidade.
A condução dessas eleições não foi sem controvérsias. Antes do dia da votação, pelo menos 70 opositores foram presos, o que gerou um clima de temor e repressão. O regime também foi criticado internacionalmente, com os Estados Unidos condenando as ações de Maduro como uma tentativa de minar a integridade territorial da Guiana, especialmente em relação à região do Essequibo, alvo de disputas territoriais. Este pleito também foi marcado por discursos que buscavam reforçar a narrativa da paz e estabilidade do país, mas, de acordo com os opositores, “o argumento de paz e estabilidade no país… não alcança a maioria dos eleitores”.
A polarização política e a divisão entre os grupos opositores, como a Aliança Democrática e a Fuerza Vecinal, também se evidenciaram nas urnas, onde conseguiram apenas somar 14% dos votos totais. Assim, a situação na Venezuela continua incerta, com um cenário que leva muitos venezuelanos a preferirem posicionar-se fora do que chamam de “farsa eleitoral” em lugar de participar de um processo que não consideram democrático.
As eleições não só refletem a insatisfação popular mas também simbolizam uma tentativa por parte do regime de consolidar seu poder em meio à grande crise que a Venezuela enfrenta, como a escassez de alimentos, hiperinflação e repressão política. Este quadro complexo que envolve a política venezuelana segue gerando questionamentos sobre o futuro do país e suas instituições democráticas.
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Referências
- https://g1.globo.com/mundo/blog/sandra-cohen/post/2025/05/26/alta-abstencao-de-eleitores-retrata-a-tragedia-venezuelana.ghtml
- https://www.poder360.com.br/poder-internacional/coalizao-de-maduro-mantem-controle-da-assembleia-nacional/