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Como as mobilizações moldaram a luta por direitos na capital baiana?

Passeata dos rodoviários na Praça Castro Alves, em Salvador, durante a greve de 1992.
Passeata dos rodoviários na Praça Castro Alves, em Salvador, durante a greve de 1992. Fonte: A TARDE.

Em Salvador, o cenário dos transportes públicos tem sido historicamente marcado por greves e manifestações dos rodoviários. A cidade se prepara para um possível desfecho dramático, com o Sindicato dos Rodoviários prevendo “a maior greve da história” em 2025, se as negociações não avançarem. O presidente do sindicato, Hélio Ferreira, afirmou: “Estamos prontos para fazer da greve de 2025 a maior já registrada, superando as de 1992 e 2006”.

Historicamente, as greves de rodoviários em Salvador têm se transformado em marcos de resistência e luta por melhores condições de trabalho e salários justos. Em 1990, uma greve de nove dias paralisou completamente a cidade, em resposta ao não cumprimento de um reajuste salarial de 166% determinado pelo Tribunal Regional do Trabalho. “A greve foi um recorde e uma vitória para os sindicalistas”, recorda José Carlos da Silva, diretor do Sindicato na época.

O ambiente de tensão atingiu patamares alarmantes em 1992, quando a greve foi marcada por demissões em massa e confrontos violentos. Trabalhadores foram presos e a pressão do governo estadual culminou em um cenário caótico, com ônibus sendo depredados pelos grevistas. “Os motoristas vão trabalhar na greve, mesmo sem receber seus salários”, afirmou José Carlos Silva, destacando a ousadia e determinação dos rodoviários.

Em 2006, uma nova onda de paralisações trouxe à tona a insatisfação da categoria. A greve, que durou dias, transformou a rotina da cidade, revelando o impacto que a falta de transporte público pode provocar. “A cidade ficou com cara de domingo”, descreveram os repórteres da época, enquanto os ônibus foram alvos de vandalismo e ataques.

Assembleias dos rodoviários com a presença da Polícia Militar, em 1992.
Assembleias dos rodoviários com a presença da Polícia Militar, em 1992. Fonte: A TARDE.

O ciclo de greves em Salvador, embora marcado por conflitos e tensão, também ressalta a importância da mobilização trabalhista na luta por direitos. Conforme relata a história, as lutas dos rodoviários moldam não apenas o serviço de transporte público, mas também as relações entre patrão e empregado, evidenciando os altos e baixos do exercício desses direitos.

A expectativa para o desfecho das negociações de 2025 é alta. Se as reivindicações de reajuste e melhores condições de trabalho não forem atendidas, mais uma vez a cidade poderá ser abalroada por uma das greves mais emblemáticas de sua história. A luta dos rodoviários é um chamado para a sociedade refletir sobre os direitos trabalhistas e a necessidade de um transporte público digno.

O que você pensa sobre as greves dos rodoviários em Salvador? Deixe seu comentário abaixo e compartilhe suas opiniões.

Referências

  • https://atarde.com.br/salvador/tiros-prisoes-e-demissoes-as-maiores-greves-de-rodoviarios-em-salvador-1329073


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