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Uma noite de celebração se transforma em tragédia: conheça a história de Herus Guimarães

Fernando Guimarães segura a roupa do filho, que estava com marcas de sangue
Fernando Guimarães segura a roupa do filho, que estava com marcas de sangue — Foto: Anne Poly

No último sábado, 7 de junho de 2025, uma festa junina no Morro do Santo Amaro, localizado no Catete, Zona Sul do Rio de Janeiro, foi tragicamente interrompida por uma ação policial que resultou na morte do jovem *Herus Guimarães Mendes da Conceição*, de 24 anos. O evento, que reunia dezenas de crianças e famílias, rapidamente se transformou em um cenário de violência quando o Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) promoveu uma operação na comunidade.

Fernando Guimarães, pai de Herus, expressou seu desespero, dizendo: “A vida do meu filho não volta, mas preciso saber quem autorizou aquilo.” O pai relatou que a festa estava em pleno andamento, com todos felizes, quando a polícia chegou e iniciou uma troca de tiros, resultando em vários feridos. Além de Herus, cinco pessoas foram baleadas, incluindo pelo menos um adolescente, levando a comunidade a exigir respostas sobre a operação policial.

Herus foi atingido na barriga e, apesar das tentativas de reanimação no Hospital Glória D’or, ele não sobreviveu. O pai do jovem questionou a presença da polícia àquela hora, em uma festa envolta de crianças e famílias, clamando por explicações das autoridades: “A gente só precisa de uma resposta. Que alguém nos procure e explique o que aconteceu.”

Herus Guimarães Mendes deixa um filho de apenas 2 anos
Herus Guimarães Mendes deixa um filho de apenas 2 anos — Foto: Arquivo de família

Ressaltando o sentimento de insegurança e falta de respeito, o presidente da quadrilha *Balão Dourado*, que se apresentava no evento, também criticou a ação policial, classificando-a como um erro gravíssimo. Em seu depoimento, ele observou que a comunidade, em geral, era pacífica, e não havia motivos para tal abordagem violenta.

🤖 É notório que a operação foi justificada pela secretaria de Segurança Pública como uma “ação emergencial” devido a rumores sobre a presença de criminosos armados na localidade, instigando um confronto que levou à tragédia. A PM alegou que “em outro ponto da comunidade, os criminosos atacaram as equipes novamente, gerando confronto”, mas moradores contradizem essa versão, alegando que a ação foi desnecessária e causou um estado de pânico irrefreável entre os presentes.

O clima tenso que se seguiu ao tiroteio foi registrado em vídeos que circulam nas redes sociais, onde é possível ver o desespero e a correria para se refugiar. Os gritos de angústia e a cena de pessoas tentando se proteger em meio às balas exemplificam o desespero que uma ação policial, em teoria preventivo, desencadeou.

A morte de Herus não é um caso isolado, mas sim um reflexo de uma realidade mais ampla no Brasil, levando críticos a questionarem a eficiência e os métodos utilizados pela polícia em operações de segurança pública, especialmente em comunidades vulneráveis. O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania pediu uma apuração rigorosa e transparente sobre o ocorrido, reforçando a necessidade de melhores práticas e protocolos de segurança.

Após a morte do jovem, a comunidade se mobilizou. Manifestantes se reuniram em frente à 9ª DP (Catete), exigindo respostas para o que chamaram de uma ação desmedida. Em meio à dor e à luta por justiça, o pai de Herus afirmou: “A vida do meu filho não volta, mas vamos lutar para que isso não aconteça com mais ninguém.”

Este caso continua em investigação e gera um intenso debate sobre a relação entre a polícia e as comunidades mais afetadas pela violência urbana no Brasil, acrescentando uma camada complexa à discussão já em andamento sobre segurança e direitos humanos no país.

Participe da discussão! O que você acha das operações policiais em comunidades? Comente abaixo!

Referências

  • https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2025/06/07/a-vida-do-meu-filho-nao-volta-mas-preciso-saber-quem-autorizou-diz-pai-de-rapaz-morto-durante-acao-policial-em-festa-junina.ghtml
  • https://www.terra.com.br/noticias/brasil/cidades/office-boy-e-morto-em-tiroteio-durante-acao-da-pm-em-festa-junina-no-rio,ff32c4ce99c298ec0ef1cbb982073cf4d1kmtp50.html
  • https://www.brasil247.com/blog/terrorismo-de-estado-quando-a-policia-chega-matando


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