Dólar chega a R$ 5,85, impactado por incertezas fiscais e eleições nos EUA

Quais são os fatores que têm levado a essa alta histórica?

Imagem mostra uma grande quantidade de notas de dólar americano empilhadas. Fonte: Brent Lewin/Bloomberg.

No último dia 1° de novembro de 2024, o dólar comercial avançou para R$ 5,85, atingindo o maior valor desde maio de 2020. Esse movimento foi influenciado por uma combinação de fatores, incluindo incertezas fiscais no Brasil e a proximidade das eleições nos Estados Unidos. Os dados de emprego fracos nos EUA também desempenharam um papel significativo, exacerbando a volatilidade no mercado financeiro.

De acordo com a análise feita por Arthur Cagliari e Bruna Furlani no Valor Econômico, “a apreciação do dólar é resultado do mau humor global que leva a moeda americana a se valorizar frente a 31 das 33 moedas mais líquidas”. Essa situação não apenas impactou a cotação do dólar, como também provocou uma queda de 1% no índice Ibovespa, o que indica uma atmosfera de cautela entre os investidores.

A incerteza fiscal no Brasil é alimentada pela espera de um pacote de corte de gastos que ainda não foi apresentado pelo governo. Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, “Haddad ficará fora do Brasil durante toda a próxima semana”, dificultando ainda mais a apresentação de propostas que poderiam estabilizar a situação econômica.

Investidores expressam preocupações durante este período crítico. “Com a eleição norte-americana na reta final e sem a perspectiva de um plano claro de contingenciamento por parte do governo brasileiro, o dólar pode continuar alto”, afirmou Eduardo Moutinho, analista de mercados.

Este cenário deve ser acompanhado de perto, já que o Federal Reserve dos EUA realizará reuniões de política monetária entre os dias 5 e 6 de novembro, o que pode impactar ainda mais a percepção do mercado em relação ao dólar e à economia global.

O que se revela claro é que o ambiente de incertezas, tanto internas quanto externas, está potencializando essa disparada do dólar, trazendo desafios adicionais para o mercado financeiro brasileiro.

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